Reportagem publicada em 28/10/2009 Última atualização 29/10/2009 13:04 TU
A justiça francesa condenou à prisão nesta terça-fera os cinco principais responsáveis pelo tráfico de armas para Angola. O Angolagate levou 42 pessoas ao tribunal e, entre os condenados, aparece Jean-Christophe Mitterrand, filho do falecido presidente francês François Mitterand.
Na ocasião da venda das armas, o filho de Mitterrand era conselheiro do governo para a África. Condenado a um ano de prisão pela participação no caso Angolate, o ex-ministro do Interior francês Charles Pasqua pediu nesta quarta-feira a suspensão do segredo de Estado sobre o processo. Segundo o porta-voz do governo francês, Luc Chatel, o pedido poderá ser levado em consideração. Segundo Pasqua, que também foi condenado a pagar uma multa de 100 mil euros por tráfico de influência, o Eliseu e o governo da época tinham conhecimento do tráfico de armas para a Angola entre 1993 e 1998. Ou seja, em plena guerra civil.
As maiores penas, porém, recaíram sobre os dois homens-chave do escândalo: o empresário Pierre Falcone e seu sócio israelense de origem russa Arcado Gaydamak, ambos condenados a seis anos. Gaydamak e Falcone foram acusados de comprar um enorme arsenal bélico para vender para Angola durante a guerra civil. A transação, avaliada em 790 milhões de dólares, foi possível por meio de uma companhia baseada na França e sua subsidiária no Leste Europeu.
De acordo com Antonio Oliveira, repórter da RFI, que acompanhou o veredito, a condenação de Falcone causou surpresa e pode prejudicar as relações entre a França e Angola.
Jornalista da RFI
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