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O Mundo Agora

Irã é responsável pela tensão no Oriente Médio

Por Alfredo Valladão

Reportagem publicada em 18/07/2006 Última atualização 18/07/2006 14:31 TU

Alguns bairros de Beirute foram transformados em ruínas depois dos ataques israelenses. Foto : AFP

Alguns bairros de Beirute foram transformados em ruínas depois dos ataques israelenses.
Foto : AFP

No Oriente Médio a tristeza não tem fim e a violência também não. Não é a primeira vez que o Líbano e a Palestina servem de teatro de guerra para os complicados jogos de poder na região.

Como a guerra entre Estados é muito perigosa - e que cada vez que ela ocorreu, o mundo árabe foi fragorosamente derrotado – a solução é utilisar o território palestino e libanês para os combates. Uma espécie de « guerra por procuração » que transforma as populações destes dois territórios em reféns dos Estados vizinhos e das grandes potências.

O ataque do grupo terrorista chiita libanês Hezbolah contra Israel e a retaliação do Estado judeu com o bombardeio de Beirute e o bloqueio do país nada mais representa do que os primeiros tiros de uma guerra anunciada entre o Irã e a Síria de um lado, Israel do outro e os grandes Estados árabes sunitas (Egito, Arábia Saudita, Jordânia) torcendo contra o Irã chiita. Não é por acaso que a ação do Hezbolah aconteceu logo depois de que as grandes potências decidiram levar mais uma vez o caso da proliferação nuclear iraniana para o Conselho de Segurança. As autoridades de Teerã estão brincando de gato e rato com o resto do mundo, protelando sempre uma resposta ao pacote apresentado em nome da comunidade internacional, com o apoio da Rússia e da China, para interromper o seu programa de enriquecimento de urânio. E todo mundo sabe que um Irã nuclear é visto por Israel como um perigo mortal e que os outros governos árabes sunitas da região também não querem saber de uma potência atômica iraniana chiita que seria o novo manda-chuva em todo o Oriente Médio.

Além disso, o governo de Teerã possui outras cartas na manga: é ele que arma e controla o Hezbollah libanês e é ele que está se transformando no melhor apoio, não só do Hamas palestino, mas sobretudo da sua ala militar mais radical que preparou o rapto do soldado israelense e provocou a intervenção de Israel na Faixa de Gaza.

Na verdade a engrenagem é bastante simples. O Irã e seu aliado sírio acossados pelas pressões internacionais tentam se safar embaralhando o jogo. Os ataques do Hamas e do Hezbolah contra Israel só podiam provocar uma retaliação dura por parte do Estado judeu que, com razão, tenta se defender. Só que, como sempre, Israel joga poquer pesado : « seus 10, mais mil ». As autoridade israelenses sabem perfeitamente que enquanto o Irã e a Síria tiverem condições de ameaçar o território israelense pela via indireta dos grupos terroristas, Teerã poderá continuar protelando e mantendo o seu programa nuclear. Mas também não é à toa que até a Árabia Saudita e o Egito, indo contra as suas próprias opiniões públicas, criticaram publicamente o « aventureirismo » do Hezbolah.

Todos os poderes sunitas da região também temem a potência iraniana. O problema é que, por enquanto, quem está pagando a conta é a população não-chiita (e até a chiita) do Líbano. E esta população está farta – e o proclama abertamente – de servir de bucha de canhão para os grupos radicais controlados por Damasco e Teerã. A solução seria que o governo libanês resolvesse ele próprio o seu problema interno. Afinal de contas, a população libanesa conseguiu expulsar as forças de ocupação sírias e a resolução 1559 da ONU que legaliza esta expulsão também prevê que o Hezbolah tem que ser desarmado. Não é normal que um estado soberano aceite que uma milícia armada, que recebe armamentos e instruções políticas de dois governos estrangeiros hostis, controle a fronteira mais sensível do país e possa atacar um estado vizinho.

O problema é que por enquanto o Exército libanês e a fraqueza do governo do país fazem que o Líbano não tenha condições de enfrentar de cara o Hezbolah e a aliança sírio-iraniana. Mas se isto é assim, e é óbvio para o mundo inteiro, cadê a ONU, o Conselho de Segurança as grandes potências mundiais ? Por enquanto cada um se esconde atrás do dedo mindinho.

Irã é responsável pela tensão no Oriente Médio

Crônica do analista político de RFI, Alfredo Valladão

Israel faz o trabalho de limpeza, mas com uma violência desproporcional. Uma violência que vai gerar uma escalada que pode perfeitamente chegar até Damasco e um dia em Teerã. A Guerra do Irã apenas começou, com consequências imprevisíveis e provavelmente angustiantes para o resto do mundo.

18/07/2006

Israel e Líbano continuam ataques

Gabriel Toueg, correspondente de RFI em Israel.

Nas cidades israelenses próximas das fronteiras, é grande a tensão. As ruas estão quase desertas e poucos veículos circulam além de viaturas policias e dos bombeiros e de carros militares.

18/07/2006

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