Reportagem publicada em 19/09/2006 Última atualização 21/09/2006 08:16 TU
O Movimento dos Não-Alinhados foi criado em 1956, por iniciativa de Gamal Abdel Nasser (Egito), Josip Bruz Tito (ex-Iugoslávia) e Nehru (India).
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“O movimento dos Não-Alinhados, quando foi criado há quatro décadas, tinha intuitos aparentemente razoáveis.
(...) Em plena guerra fria entre as democracias ocidentais e o totalitarismo comunista, liderado pela União Soviética, a idéia inicial era de tentar ficar numa certa neutralidade. A palavra de ordem era não ser arrastado pelo conflito entre as super-potências e se concentrar nos enormes desafios do próprio desenvolvimento: Eles que são brancos que se entendam. A nossa é outra.
(...) Mas esse desejo de ficar em cima do muro era só aparentemente uma boa idéia.
(...) Resultado, o movimento dos Não-Alinhados só servia para proteger os regimes autoritários da maioria dos Estados membros.
(...) Nessas condições, o movimento se diluiu rapidamente no oportunismo mais deslavado.
(...) Mas de repente, em Havana, os Não-Alinhados renascem de suas cinzas. Mas, dessa vez, não se trata de ficar fora da briga considerada estranha a seus próprios interesses. O novo alinhamento é claramente do contra. Isto é, contra os Estados Unidos.
(...) Mais uma vez, além de vagos pronunciamentos sobre a justiça no mundo, os novos líderes do não-alinhamento não definem nenhum valor positivo comum.
(...) Triste começo e triste fim. Dal capo al fine”.
(Crônica de Alfredo Valladão, professor do Instituto de Estudos Políticos de Paris)
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O movimento dos Não-Alinhados está renascendo como um clube liderado pelos regimes menos frequentáveis e mais perigosos e irresponsáveis do planeta. O programa nuclear iraniano está criando um impasse perigosissimo no Oriente Médio. E Chavez, na América Latina, não hesita em se ingerir de maneira brutal na vida dos vizinhos. (Alfredo Valladão, na crônica Mundo Agora)
19/09/2006
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