Depois de muita hesitação, José Bové é candidato pela primeira vez às eleições presidenciais da França.  Ex-porta-voz do movimento internacional Via Campesina, ele ficou conhecido como um radical militante antiglobalização.  

Apesar de ser criador de ovelhas, José Bové não é um camponês típico. O candidato participa ativamente de manifestações e movimentos sociais em todo o mundo. Em 2001, ficou famoso no Brasil, quando destruiu com integrantes do MST (Movimento dos Sem Terra) cultivos experimentais de  soja transgênica de uma fazenda de propriedade da multinacional norte- americana Monsanto, durante o Fórum Social Mundial de Porto Alegre. Preso e ameaçado de expulsão do Brasil, Bové foi apoiado pelos participantes do Fórum, que o ovacionaram na cerimônia de encerramento.  Em 2002, voltou a ser preso por ter destruído um lanchonete McDonald’s em Millau, no sul da França. Bové é um ferrenho defensor da alimentação saudável e dos pequenos produtores agrícolas.

Afirmando não ser um "político profissional", ele espera atrair o eleitor da extrema-esquerda, que não acredita mais nos mesmos políticos de sempre, a juventude antiglobalização, que se mobiliza contra as políticas neoliberais, e os ecologistas.

A candidatura de Bové foi criticada por seus adversários de movimentos anti-globalização, que o acusam de fragmentar os votos e atrapalhar a luta contra a direita nestas eleições.