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Exposição

Obras raras de Giacometti em Paris

Reportagem publicada em 25/10/2007 Última atualização 25/10/2007 15:29 TU

Croquis e esculturas fazem parte da exposição inédita dedicada a Alberto Giacometti. Foto: AFP

Croquis e esculturas fazem parte da exposição inédita dedicada a Alberto Giacometti.
Foto: AFP

Mais de 600 obras do suíço Alberto Giacometti estão reunidas numa exposição no Centro George Pompidou, em Paris, em uma retrospectiva inédita do trabalho do artista que marcou a história do século 20.

Giacometti ficou famoso por suas esculturas longilíneas, de uma delicadeza e expressão impressionantes.

A exposição tem o objetivo de revelar ao público o processo de criaçao do artista, principalmente em seu atelier, próximo do bairro de Montparnasse em Paris por onde passaram célebres artistas, modelos, escritores e fotógrafos, desde 1926 até praticamente a sua morte, em 1966.

Entre as obras primas do artista estão as esculturas, "O Homem que anda", "o Gato" ou "A Grande Mulher" mas também croquis, pinturas, fotos e esculturas cubistas do início de sua carreira.

A exposição reúne ainda os fragmentos de paredes de seus três principais ateliers: o de Paris, mas também o de Stampa e Maloja, na Suíça. Giacometti utilizava o atelier como um caderno de croquis, onde fazia esboços de suas esculturas, mas também, onde anotava pensamentos diversos.

Giacometti (1901 - 1966), ficou famoso por suas esculturas mas também foi desenhista e pintor. Foto: © Man Ray Trust/ Adagp, Paris 2007

Giacometti (1901 - 1966), ficou famoso por suas esculturas mas também foi desenhista e pintor.
Foto: © Man Ray Trust/ Adagp, Paris 2007

Após a sua morte, a viúva de Giacometti tomou o cuidado de desmontar meticulosamente seu atelier de Paris, conservando fragmentos das paredes que hoje podem ser vistos no Centro George Pompidou, também conhecido como Beaubourg.

Alberto Giacometti nasceu em 10 de outubro de 1901, em Borgonovo, no cantão de Grisons, na Suíça italiana. Seu pai, Giovanni, era um pintor de grande cultura que estudou na França, Alemanha e Itália e possuía uma imensa biblioteca.

Foi nesse ambiente que Alberto cresceu e, aos 14 anos, pintou sua primeira tela: "Natureza morta com maçãs", inspirado na obra de Cezanne, tela que está exposta nesta retrospectiva do Beaubourg.

Com 21 anos ele viajou para Paris, para estudar escultura na Academia de la Grande Chaumière com o francês Antoine Bourdelle, que fazia um trabalho bem mais acadêmico. Ajudado por seu pai, que tinha meios financeiros, ele pôde se instalar pouco tempo depois em seu próprio atelier e desenvolver um percurso artístico totalmente independente.

 Em 1927, duas de suas obras foram selecionadas para o Salão das Tulherias: "A mulher colher" e "O casal", duas obras primas que marcaram sua carreira.

A partir daí, Giacometti começou a expor no mundo inteiro, a frequentar grandes artistas, aderindo inclusive ao movimento surrelista em 1931, do qual foi excluído em 1935.

Fragmentos de seu atelier de Paris foram conservados pela família e estão expostos ao lado das obras no Beaubourg.   Foto: AFP

Fragmentos de seu atelier de Paris foram conservados pela família e estão expostos ao lado das obras no Beaubourg.
Foto: AFP

Mas ele mantém um lado surrealista em sua obra, uma visão onírica e uma atração por temas como o ocultismo e a psicanálise.

A cabeça humana é um tema central na obra de Alberto Giacometti. Ele realizou centenas de  estudos sobre a cabeça e sobre os olhos do ser humano desde o início de sua carreira, em 1927.  Numerosas cabeças de gesso são mostradas na exposição.

A obra de Alberto Giacometti  ultrapassou bem cedo as fronteiras da Europa e é conhecida no mundo inteiro. A retrospectiva apresentada atualmente no Centro Georges Pompidou em Paris tem despertado grande interesse nos aficcionados de arte mas também nos turistas que estão de visita por Paris.

A retrospectica de Alberto Giacometti termina no dia 11 de fevereiro de 2008.

(Reportagem realizada por Maria Emilia Alencar)

ÁUDIO

Veronique Wiesinger

“ A exposição é a ocasião de mostrar o processo de criação de Giacometti, o que nunca havia sido feito antes. Eu proponho às pessoas mergulhar no universo do artista de uma maneira nova.”