Reportagem publicada em 25/10/2008 Última atualização 30/10/2008 11:18 TU
Manifestantes protestam nas ruas de Nova Iorque contra a ajuda do governo aos bancos.
Foto: Maria Emilia Alencar / RFI
A 10 dias das eleições americanas, não se vê em Nova Iorque sinais da reta final da campanha disputada com unhas e dentes em estados como Flórida ou Colorado. O voto dessa megalópole multicultural vai tradicionalmente para os democratas.
Mas é o bom lugar para se sentir o desafio gigantesco que terá o presidente que será eleito no dia 4 de novembro. Em Wall Street, centro nevrálgico da finança mundial, enquanto o indice Dow Jones despencava mais uma vez nesta sexta feira, 24, manifestantes protestavam no local exigindo que o pacote de 700 bilhões de dólares de ajuda aos bancos seja transferido aos cidadãos que perderam suas casas, vítimas da crise das hipotecas imobiliárias.
No alto dos arranha-céus nova iorquinos, o compasso de espera: não se sabe com clareza o que o novo presidente fará para combater a recessão inevitável.
Para o economista Paulo Vieira da Cunha, diretor do Tanden Global Partners, um fundo de investimentos voltado para mercados emergentes, situado no 37° andar de um prédio luxuoso da Quinta Avenida, nenhum dos dois candidatos quer anunciar medidas antes de tomar posse.
O ambiente em Wall Street, segundo analistas, é de espera pelos resultados das eleições presidenciais para conhecer as medidas para a economia do futuro presidente americano.
Foto: Maria Emilia Alencar / RFI
"Aqui nos Estados Unidos existe a cultura de que o melhor está por vir, o país é grande e próspero. Seria impopular o candidato dizer que amanhã será pior que hoje, mas, inevitavelmente, será pior", afirma o economista.
No centro de estudos brasileiros da Universidade de Columbia, a vitória do candidato democrata, Barack Obama, é praticamente certa. O diretor executivo Thomas Trebatt, brasilianista reputado, estampa, sem rodeios, sua preferência pelo senador de Illinois e o considera preparado para dirigir os Estados Unidos nesses tempos de crise.
"Temos as ferramentas econômicas e políticas corretas sendo formuladas agora. Acredito que um dos primeiros atos do próximo governo americano será um pacote de estímulo ao consumidor”, prevê Trebatt. “Mas o quadro recessivo ainda vai durar pelo menos seis meses”, afirma o brasilianista.
(Reportagem de Maria Emilia Alencar )
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