Reportagem publicada em 07/11/2008 Última atualização 10/11/2008 15:39 TU
Na cerimônia de entrega do prêmio MTV Europe Music, em Liverpool, na Inglaterra, na quarta-feira, Barack Obama foi projetado no palco.
Foto: Reuters
O governo do presidente americano, George W. Bush, está terminando em clima sombrio. Sua marca unilateralista, a guerra no Iraque, a crise financeira deixaram um saldo tão negativo que até mesmo o republicano John McCain, candidato do partido de Bush na eleição de 4 de novembro último, fez uma campanha desvinculada dos resultados do predecessor. Sem sucesso.
O candidato vitorioso, o democrata Barack Obama foi quem lucrou. A possibilidade de uma alternância em Washington, conquistou não só os eleitores americanos mas também a opinião estrangeira. Sondagens feitas na Europa, por exemplo, davam Obama como o grande favorito.
O que significa esse estrelato político ? O analista político e historiador brasileiro, Luiz Felipe de Alencastro, responde com um «vamos ver». As maiores expectativas se concentram nas promessas de campanha feitas por Obama de adotar uma política externa multilateralista.
Em relação à região latino-americana, que Obama nunca visitou, Alencastro observa que, no primeiro discurso depois de eleito, o novo presidente se referiu aos «países sócios». O analista acha que esses termos devem ser interpretados como uma atitude menos dominante dos Estados Unidos. Ele lembra a comoção diplomática brasileira e argentina com a 4ª Frota americana, para vigiar os mares do Atlântico sul, criada por Bush sem consultar Brasília e Buenos Aires.
Sobre a questão racial, a vitória do primeiro presidente negro americano “vai mexer com muitos países e principalmente com o Brasil, que tem a maior população negra fora da África”, afirma Luiz Felipe de Alencastro.
(Entrevista realizada por Adriana Brandão)
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Analista político e professor de história do Brasil, na Universidade da Sorbonne, em Paris
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