Busca

/ languages

Choisir langue
 

Caso Paula Oliveira

A brasileira não estava grávida, segundo a polícia

Reportagem publicada em 13/02/2009 Última atualização 14/02/2009 15:12 TU

Segundo a polícia suíça, as conclusões das investigações podem demorar vários dias.  Foto: www.stadt-zuerich.ch

Segundo a polícia suíça, as conclusões das investigações podem demorar vários dias.
Foto: www.stadt-zuerich.ch

A advogada brasileira, Paula Oliveira, de 26 anos não estava grávida no momento da suposta agressão que teria sido vítima na segunda-feira à noite em uma estação de trem nas proximidades de Zurique.

A afirmação é da polícia suíça que divulgou um comunicado oficial na tarde desta sexta-feira (13) com as primeiras informações oficiais dos resultados parciais dos inquéritos policial e médico.

Os exames foram realizados no Instituto de Medicina Forense e no próprio Hospital Universitário de Zurique, segundo a polícia. Paula está hospitalizada e seus familiares que chegaram do Brasil estão em contato permanente com ela.

A polícia também mantém a chamada de testemunhas que possam ajudar a esclarecer o caso e afirma no comunicado, que “é improvável que as complexas investigações já se possam concluir nos próximos dias".

Versão

A  apuração em relação aos cortes no corpo da brasileira ainda não estão esclarecidas de forma definitiva, diz a polícia suíça, informando que o Instituto de Medicina Forense  está em fase de esclarecimento sobre as suposições de que as feridas tenham sido causadas por terceiros ou se teriam sido resultado de uma auto-flagelação.

De acordo com o comunicado, policiais de uma viatura da polícia municipal de Zurique foram chamados à estação ferroviária de Stettbach na noite de segunda-feira (19), por volta das 19,30 hs (horário local) onde encontraram Paula Oliveira com vários ferimentos superficiais pela pele.

Para os policiais a brasileira afirmou ter sido agredida por três homens armados com uma faca. Ela afirmou que estava grávida de 3 meses e tinha abortado os fetos no banheiro da estação depois de ter sido atacada.

A polícia reconheceu que já ouviu a advogada brasileira e outras pessoas, mas não menciona nomes ou revela detalhes do conteúdo dos interrogatórios para não atrapalhar as táticas de investigação.  

 Imprensa suíça destaca o caso Paula Oliveira em suas edições impressa e on-line. Foto: www.tagesanzeiger.ch

Imprensa suíça destaca o caso Paula Oliveira em suas edições impressa e on-line.
Foto: www.tagesanzeiger.ch

Repercussões

Toda  a imprensa suíça repercute nesta-feira (13) a agressão sofrida pela brasileira Paula Oliveira em uma estação de trem em Zurique. Os principais jornais do país publicam fotos do ventre e das pernas da brasileira, marcadas com as siglas SVP, do Partido do Povo Suíço.

As fotos e informações comovem a opinião pública, mas o tom entre jornais, principalmente nos diários de Zurique, que publicam em lingua alemã, é de prudência. Os dois principais jornais da cidade seguem a linha da polícia, ou seja, todas as hipóteses estão abertas e comentam inclusive, a possível versão de auto-mutilação. Um deles chegou a mencionar o fato de que a letra S, de uma das siglas marcadas no ventre da brasileira, estaria escrito ao contrário. As matérias  também levantam dúvidas comentando a falta de provas e de testemunhas.

Segundo a Comissão Federal da Suíça, apenas metade das denúncias de crimes de racismo feitas no país, são julgadas. O resto é arquivado por falta de provas.

Os jornais suíços em língua francesa também dão destaque para o caso. ”Um horror, difícil encontrar outra palavra para descrever o crime”, afirma o jornal 24 horas, o principal jornal suíço em língua francesa. O caso também é destaque na primeira página do jornal popular suíço Le Matin, que descreve em sua edição de hoje a agressão sofrida pela brasileira e afirma que a imprensa no Brasil não esconde sua indignação.