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França

Governo francês enfrenta críticas sobre pacote social anunciado pelo presidente Nicolas Sarkozy para as famílias de baixa renda e desempregados

Reportagem publicada em 19/02/2009 Última atualização 19/02/2009 14:31 TU

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, foi à televisão anunciar o pacote de medidas sociais.  Foto: Reuters

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, foi à televisão anunciar o pacote de medidas sociais.
Foto: Reuters

O governo francês respondeu nesta quinta-feira (19) às criticas feitas ao anúncio da série de medidas para ajudar a população, especialmente os franceses de baixa renda e desempregados, a enfrentar a crise econômica.

Entre as medidas anunciadas pelo presidente Nicolas Sarkozy estão a redução de impostos para as classes média e baixa, um seguro desemprego de 75% do salário para os desempregados em regime parcial e um bônus de 500 euros para as pessoas que trabalharem de dois a quatro meses.

Segundo o primeiro-ministro, François Fillon, as medidas são justas e visam a classe média e os que tem salàrios modestos. 

No entanto, de acordo com o professor de ciências políticas da Universidade Sorbonne, Stéphane Monclaire, em entrevista à Rádio França Internacional, as medidas praticamente não favorecem a classe média, por isso a tensão social deve continuar.

O governo também não atendeu uma das principais reivindicações dos representantes dos trabalhares: um aumento do salário mínimo.

Descontentamento

O pacote, que deve totalizar 2,6 bilhões de euros, foi discutido com as principais liderenças sindicais do país, em reunião realizada na tarde desta quarta-feira (18), no Palácio do Eliseu, sede da presidência francesa.

Entre as medidas que devem ser adotadas imediatamente estão a criação de um fundo social de investimentos para estimular o emprego e a formação de trabalhadores, além da exoneração provisória de dois terços do valor total do imposto de renda que incide sobre os salários mais baixos. O pacote também prevê novos benefícios sociais para famílias mais pobres além de medidas para estimular o emprego de jovens.

Ao anunciar seu plano à população, em pronunciamento televisivo na noite desta quarta-feira, Sarkozy defendeu sua política de investimentos para criar empregos e descartou um aumento imediato do salário mínimo que, segundo ele, "complicaria ainda mais a situação das pequenas e médias empresas".

Greve mantida

O presidente francês também defendeu um capitalismo mais justo e pediu aos dirigentes de empresas que recorreram a planos de reestruturação  que renunciem a seus bônus em 2009.

Os principais líderes sindicais que se reuniram com o presidente consideraram insuficientes as propostas feitas pelo governo e decidiram manter a greve geral convocada para o próximo dia 19 de março.

 Os sindicatos também cobraram do presidente francês medidas específicas para pôr fim ao movimento de greve na ilha de Guadalupe, território ultramarino francês, que já dura 5 semanas.

O porta-voz do Partido Socialista, Benoît Hamon, também considerou o pacote insuficiente. "As medidas não mudam em nada a situação do país e minimizam a importância da crise", afirmou.