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Imprensa

Caso Paula Oliveira suscita discussão sobre papel da imprensa

Reportagem publicada em 21/02/2009 Última atualização 21/02/2009 19:48 TU

O blog do jornalista Ricardo Noblat
Reprodução

O blog do jornalista Ricardo Noblat Reprodução

O caso da advogada brasileira Paula Oliveira, que declarou ter sido agredida por um grupo de neonazistas perto de uma estação de trem em Zurique, na Suíça, e em seguida teve sua história desmentida pela polícia, lança uma discussão sobre o papel da imprensa brasileira na cobertura do caso. O jornalista Ricardo Noblat foi o primeiro a receber a informação sobre a suposta agressão, através de um e-mail do pai de Paula.

Depois de algumas conversas com ele, o jornalista decidiu publicar a matéria no dia 11 de fevereiro em seu blog, um dos sites de maior credibilidade do país. A resto da história é conhecida: a maior parte da imprensa comprou a história de Paula, que afirmava ter sido vítima de um ataque xenófobo de integrantes do partido de extrema esquerda suíço SVP, que culminou num aborto de gêmeas.

Antes mesmo da versão dela ser comprovada, o governo se precipitou e entrou numa ciranda de saias-justas diplomáticas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que os brasileiros deveriam ser mais bem tratados no exterior. O ministro das relações exteriores Celso Amorim cobrou rigor na apuração dos fatos.

Com o desenrolar dos acontecimentos, o chanceler comentou que houve ‘criatividade’ da imprensa. O jornalista Ricardo Noblat diz que não se sente responsável, porque a história não foi apenas veiculada pelo seu blog, mas por toda a imprensa brasileira. “É uma homenagem que eu dispenso ”, diz Noblat, acrescentando que não acredita que os jornais simplesmente reproduzem aquilo que o blog publica. Para o jornalista Alberto Dines, a imprensa brasileira precisa aprender a combater, nas suas próprias palavras, o «apriorismo.»

ÁUDIO

 

Lúcia Fróes, jornalista da RFI

21/02/2009