Reportagem publicada em 12/05/2009 Última atualização 28/05/2009 16:18 TU
Os atentados de 11 de setembro de 2001 em Nova York mudaram a rota e o perfil dos imigrantes brasileiros. Durante décadas, Boston e Miami simbolizaram o sonho americano, mas a Europa transformou-se no novo eldorado. O perfil do brasileiro imigrante é o jovem de classe média em busca de trabalho, desiludido com a degradação do mercado de trabalho e um futuro cada vez mais incerto.
O objetivo desses novos imigrantes é juntar dinheiro e voltar para o Brasil. Comprar uma casa ou montar um negócio, por exemplo. Eles vêm de São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Paraná e Minas Gerais. Incentivados pelas gerações precedentes, venderam tudo o que tinham no Brasil e ainda pediram dinheiro emprestado para pagar a passagem de vinda.
Os novos brasileiros no exterior estão em busca de trabalho braçal bem pago, o que não falta no velho continente. Resultado: o número de clientes de empresas especializadas na remessa de dinheiro para o Brasil aumentou sensivelmente, assim como outros empreendimentos voltados para o mercado brasileiro.
Barrados e deportados
A explosão demográfica de brasileiros na Europa chamou atenção das autoridades, o que acarretou no recrudescimento de políticas europeias de imigração. No começo de 2008, mesmo turistas em férias ou executivos começaram a ser barrados nos aeroportos europeus. Barrados e deportados. As justificativas apresentadas foram falta de recursos, de seguro-saúde ou de reserva em um hotel. Espanha, Irlanda, França, Inglaterra e Portugal já mandaram brasileiros de volta para casa.
A antropóloga recifense Fabiana Pereira, presidente da Associação Hispano-Brasileira de Apoio aos Imigrantes, diz que os brasileiros estão voltando para casa com a crise. "Por conta da proximidade com com a língua, muitos brasileiros estão vindo para Espanha, mas muitos estão voltando, com a crise."
(Reportagem de Lúcia Fróes)
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