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G20/Estados Unidos

Cúpula do G20 tem início sem concesso sobre regulação do sistema financeiro

Reportagem publicada em 24/09/2009 Última atualização 24/09/2009  17:23 TU

A Cúpula do G20 será aberta nesta quinta-feira à noite, em Pittsburgh, nos Estados Unidos.  Foto : Reuters

A Cúpula do G20 será aberta nesta quinta-feira à noite, em Pittsburgh, nos Estados Unidos.
Foto : Reuters

A Cúpula do G20, grupo que reúne as maiores economias do mundo e os principais países emergentes, terá início na noite desta quinta-feira, em Pittsburgh, em meio a divergências entre países europeus e os Estados Unidos.

Entre os principais temas que estarão sobre a mesa de negociações, a regulação do sistema financeiro é provavelmente um dos mais polêmicos e divergentes.

Enquanto a Europa, liderada pela França e Alemanha, insisiste sobre a necessidade de limitar os bônus bilionários distribuídos aos operadores de mercado, os Estados Unidos defendem o reforço do capital dos bancos como a melhor forma de diminuir os riscos excessivos e evitar uma nova crise.

Enquanto isso, o setor financeiro mundial pode dormir tranquilo. Até o momento, não há, sobre a mesa de discussões do G20, nenhuma proposta concreta que venha a limitar o apetite especulativo dos maiores bancos mundiais.

Muitos analistas consideram, inclusive, que eles saíram mais fortes da crise. Depois de terem sido socorridos pelos estados, os bancos se apressaram em reembolsar os empréstimos para se livrarem da tutela do governo e poder, assim, voltar a especular livremente.

O Goldman Sachs, o maior banco de investimentos dos Estados Unidos, que registrou lucro líquido de cerca de U$ 3,4 bilhões no segundo trimestre deste ano, já anunciou ter reservado U$ 12 bilhoes para bônus e outras remuneraçoes extras de seus dirigentes. O francês BNP Paribas também anunciou, recentemente, que vai distribuir, este ano, 1 bilhão de euros a seus operadores de mercado.

Na Cúpula do G20, Estados Unidos e Europa devem, então, encontar mais facilmente um consenso sobre temas como a reforma das principais organizações financeiras internacionais e o reforço do papel de vigilância e monitoramento que poderia ser atribuído ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já anunciou que vai defender, em Pittsburgh, uma reforma profunda do sistema financeiro. Ele voltou a dizer, na Assembleia Geral da ONU ontem em Nova York, que "a história não perdoará o engano da geração atual em se preocupar mais com os impactos da crise financeira do que com suas causas".

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