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Música Clássica

Maestro venezuelano de 28 anos encanta o público parisiense

Reportagem publicada em 24/10/2009 Última atualização 24/10/2009  15:08 TU

O maestro Gustavo Dudamel dirige a "Sinfonia Fantástica” de Berlioz, com músicos de duas orquestras.Foto: Fesnojiv/Carlos Hernández

O maestro Gustavo Dudamel dirige a "Sinfonia Fantástica” de Berlioz, com músicos de duas orquestras.
Foto: Fesnojiv/Carlos Hernández

Gustavo Dudamel e a orquestra Simon Bolívar, formada principalmente por jovens de favelas venezuelanas, levaram o público francês ao delírio na primeira apresentação na Sala Pleyel, em Paris, na sexta-feira.

No tradicional “bis”, ao final da apresentação, os músicos dançaram no palco quebrando com os rigores das regras de um concerto de música clássica.   

Considerado um prodígio da música clássica, Dudamel receberá neste sábado, durante sua segunda apresentação na capital francesa, uma  homenagem do ministério da Cultura da França que o transformará em “Cavaleiro das Artes e Letras”.

 Na mesma cerimônia, o economista José Antonio Abreu, fundador do famoso projeto de formação musical para crianças carentes da Venezuela, será condecorado com a Legião de Honra da França.

Projeto

Atualmente 157 orquestras de jovens venezuelanos participam da iniciativa de inclusão social através da música, criada em 1975. A mais famosa delas é a Simon Bolívar que tem cerca de 200 músicos com menos de 26 anos de idade. Desde que assumiu a direção musical da Orquestra, em 1999, Dudamel já percorreu vários países da América Latina, Ásia e Europa.

"Na Venezuela,  através da música damos possibilidades de uma vida melhor aos jovens que não têm perspectivas, jovens sem recursos. E José Antonio Abreu que inventou esse projeto é uma pessoa única, um anjo, porque criou algo que transcendeu a fronteira da música clássica. A música se converteu em um elemento de ação social”, disse Dudamel em entrevista exclusiva à Rádio França Internacional.

O objetivo do projeto conhecido como "Sistema" é que em 2015, pelo menos 500 mil jovens possam aprender música clássica gratuitamente na Venezuela. O sucesso da Orquestra Simon Bolívar pode ser um incentivo extra para despertar o interesse da população carente do país.  

Programa

Na apresentação em Paris, o público pode conferir o talento de Dudamel no comando de duas orquestras. Na primeira parte, à frente da Filarmônica da Rádio França, com quem trabalha desde 2005,  o maestro venezuelano dirigiu “Philhar” na suíte n°2 de “Daphnis e Chloé” (1913) de Maurice Ravel.

Na seqüência, com a Orquestra Simon Bolívar, Dudamel apresentou “Santa Cruz de Pacairigua” (1954) do venezuelano Evencio Castellanos.  A apresentação foi concluída com a "Sinfonia Fantástica" (1830) de Berlioz, com um grupo de 150 músicos das duas orquestras.

Aclamado de pé pelo público, em um ambiente descrito pela imprensa francesa como uma mistura de um auditório clássico europeu com o fervor de um estádio de futebol venezuelano, o maestro Dudamel ofereceu, no tradicional “bis”, um trecho de West Side Story, de Bernstein.

O concerto foi transmitido ao vivo e ficará à disposição durante vários meses em 4 sites na internet: arteliveweb.com, concerts.radiofrance.fr, sallepleyel.fr e francemusique.com   

ÁUDIO

Gustavo Dudamel, maestro venezuelano

24/10/2009