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Copenhague/Carlos Minc

Para Carlos Minc, ceticismo em Copenhague foi superado

Reportagem publicada em 15/12/2009 Última atualização 16/12/2009  17:33 TU

Manifestantes protestam durante a Conferência de Copenhague, nesta terça-feira.Foto: Reuters

Manifestantes protestam durante a Conferência de Copenhague, nesta terça-feira.
Foto: Reuters

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, concedeu uma entrevista coletiva nesta terça-feira em Copenhague dizendo que o Brasil aceita abrir mão de recursos de adaptação às mudanças climáticas. Em compensação, o governo brasieliro quer ajuda financeira para adotar medidas de mitigação, ou seja, redução de emissões de CO2. "A questão do financiamento é um grande quebra-cabeças aqui em Copenhague. Estamos negociado aqui um fundo global que deve, inicialmente, ser financiado pelos países desenvolvidos para a implementaçao de medidas de combate às mudanças climáticas nos países em desenvolvimento", disse o ministro.

De acordo com ele, há um movimento nos bastidores para que países emergentes, como o Brasil, não tenham acesso a esse fundo. "A China disse, recentemente, que poderia abrir mão desse dinheiro. A posiçao do Brasil nao é a mesma da China", afirmou. A diferença entre o Brasil e a China também foi reafirmada pela ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, que participou nesta terça-feira de um Fórum sobre Mudanças Climáticas, que não pretende abrir mão do financiamento internacional. Ela fez uma apresentação das metas de redução de emissões propostas pelo Brasil e das medidas adotadas pelo país para lutar contra o desmatamento e preservar o meio ambiente.

Ministro está otimista

O início da conferência foi marcado pelas divergências entre países industrializados e em desenvolvimento. Os africanos acusam os ricos de enterrar o atual Protocolo de Kyoto, que fixa metas de redução de emissões até 2012. Apesar das diferenças, Minc está otimista. "Houve um impasse que aconteceu logo no início da segunda etapa. Isso permitiu aos líderes darem garantias que não haveria um terceiro documento, que haveria transparência, e criar cinco grupos temáticos com ministros de forma paritária envolvidos em desenvolvimento. Numa parte substancial, o abismo da desconfiança foi superado. O objetivo é termos um texto antes da chegada dos presidentes."

Proposta de reduções

O texto de negociação em discussão em Copenhague pede aos países desenvolvidos uma redução de entre 25% e 40% de suas emissões em 2020 e propõe alvos globais de reduçao em 50%, 80% e 95%. Esse rascunho será submetido aos ministros do Meio Ambiente que chegaram a Copenhague nesse fim de semana e que se reúnem nesta terça-feira.

Florestas

Em relação ao desmatamento da Amazônia, "é certo que questão das florestas será incorporada na conferência", diz Minc. "Há um ponto ainda que está sendo discutido, que é questão das florestas plantadas, ou seja reflorestar, reconstituir, sobre isso há acordo. O ponto que ainda não está definido com clareza é aquele que diz respeito à manutenção da floresta em pé. A ideia inicial é usar o dinheiro dos países ricos, o que está escrito na Convenção e no Protocolo de Kyoto. Recentemente os países mais ricos e desenvolvidos tentaram jogar a responsabilidade para o mercado, depois para os países em desenvolvimento, e depois, se ainda sobrar um pouquinho, para eles próprios. É uma inversão muito grande de valores. Essa inversão, o Brasil não aceita."

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Carlos Minc, ministro brasileiro do Meio Ambiente

"A questão das florestas será incorporada na Conferência. Há um ponto ainda que está sendo discutido, que é a questão das florestas plantadas. O ponto que ainda não está definido com clareza diz respeito à manutenção da floresta em pé.

15/12/2009

Carlos Minc, ministro brasileiro do Meio Ambiente

"Houve um impasse que aconteceu no início da segunda etapa. Isso permitiu aos líderes garantirem que não haveria um terceiro documento, que haveria transparência. Numa parte substancial, o abismo da desconfiança foi superado."

15/12/2009