Reportagem publicada em 15/12/2009 Última atualização 15/12/2009 18:02 TU
Os ecologistas russos obtiveram uma vitória na luta contra o aquecimento global. O lixão de Igoumnovo, o mais poluído da Europa, será fechado em um ano e meio. Situado a 400 km no leste de Moscou, no subúrbio de Nijni Novgorod, perto da cidade de Dzerjinsk, só no ano passado ele recebeu 560 mil toneladas de dejetos, que se acumulam em montanhas de até 20 metros. Cerca de 500 caminhões depositam no local cerca de 4 milhões de metros cúbicos de lixo por ano, oriundos da cidade de Nijni Novgorod, de 1300 habitantes.
Há cinco anos, o lixão também é alvo de um incêndio permanente, liberando na atmosfera dióxido de carbono, além de outros gases tóxicos. Há alguns anos, a fumaça provocada pelo fogo invadiu a estrada ligando Moscou a Nijni Novgorod, causando um engavetamento de 40 carros. As ONGs ambientais locais acusam a empresa responsável pelo lixão de provocar os incêndios voluntariamente, para liberar espaço.
O lixão russo desperta a atenção de jornalistas russos e estrangeiros há alguns anos, mas o local é de difícil acesso. Os seguranças estão em toda a parte, como numa base militar. Recentemente, segundo ambientalistas russos, a polícia prendeu um grupo de jornalistas franceses que tentava filmar o local. Na delegacia, eles foram informados que só poderiam gravar as ruas do centro de Dzerjinsk. Nos anos 80, a cidade foi a considerada a mais poluída do mundo pelo Livro dos Recordes. No seu ranking de 2007, a ONG Blacksmith Institute, colocou a cidade em sétimo lugar, na frente de Tchernobyl, em nono.
No passado, Dzerjinsk foi considerada como a capital da indústria química da ex União Soviética, e os dejetos eram liberados no meio-ambiente sem tratamento durante décadas. Isso acabou contaminando o lençol freático, colocando em risco o rio Oka, que abastece as redes de distribuição de Nijni Novgorod. O problema é que o lixão não é o único problema na Rússia. A coleta seletiva é praticamente inexistente no país, e o lixo, na melhor das hipóteses, é incinerado, tornando-se uma fonte de emissões de gases poluentes. Apesar desse cenário catastrófico, as autoridades russas afirmam que o país reduziu suas emissões em 40%, consequência de uma baixa da produção industrial depois do fim da ex União Soviética.
(Reportagem de Dimitri Gusev e Daniel Jvirblis)
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