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Terremoto/Haiti

Mundo se mobiliza e presidente do Haiti pede melhor coordenação da ajuda internacional

Reportagem publicada em 16/01/2010 Última atualização 16/01/2010  18:39 TU

Um sobrevivente do terremoto em meio às ruinas de uma rua devastada em Porto Príncipe.  Foto : Reuters

Um sobrevivente do terremoto em meio às ruinas de uma rua devastada em Porto Príncipe.
Foto : Reuters

Milhares de haitianos, amedrontados pela ameaça de um novo terremoto e temendo problemas de segurança tentavam deixar neste sábado Porto Príncipe, capital devastada de um país em ruínas.

A comunidade internacional se organiza para enviar ajuda ao país, mas os danos causados pelo terremoto, a falta de organização e de estrutura local dificultam a chegada de alimentos, medicamentos e material de ajuda humanitária.

Neste sábado, o presidente do Haiti, René Preval, pediu à comunidade internacional que coordene melhor a ajuda que está sendo enviada ao país. Ontem, um avião francês transportando um hospital de campanha com 10 equipes médicas não pôde aterrisar no aeroporto da capital, por falta de autorização em tempo hábil.

O presidente haitiano deve se reunir ainda hoje com a secretária de estado norte-americana, Hillary Clinton, que chega no final da tarde ao Haiti.

Equipes de resgate continuam trabalhando com prioridade para tentar encontrar novos sobreviventes, mas a situação na capital Porto Príncipe é catastrófica. Cadáveres ainda podem ser vistos nas ruas e não há estrutura nem medicamento suficientes para atender os feridos.

A porta-voz do escritório de coordenação de assuntos humanitários das Naçoes Unidas, Elizabeth Byrs, disse, neste sábado, que o terremoto que atingiu o Haiti é o "pior desastre" já vivido pela organização. Diversos prédios das Naçoes Unidas na capital Porto Príncipe foram destruídos.

O forte tremor de terra atingiu também outras cidades do país. Segundo as Nações Unidas, entre 80% e 90% do município de Leogane, a oeste da capital, e 50% da cidade de Jacmel, 40 Km de Porto Príncipe, teriam sido devastados.

Byrs também disse que, apesar das dificuldades, "o clima é favorável e as estruturas dos imóveis aumentam as chances de se encontrar sobreviventes". Segundo ela, 27 equipes de resgate, com um total de 1.500 pessoas, trabalham atualmente na capital. Essas equipes conseguiriam cobrir 60% das áreas mais desvastadas de Porto Príncipe.

A segurança na capital também preocupa. Os saques e pilhagens são cada vez mais frequentes. Os Estados Unidos desbloquearam um pacote de emergência de 100 milhões de dólares para ajudar o país e enviaram militares para garantir a segurança e a distribuição de ajuda humanitária.

Até a próxima segunda-feira, 10 mil soldaddos norte-americanos devem chegar ao país. Washington também enviou ao Haiti um porta-aviões, navios e 24 helicópteros. Atualmente, 4.200 militares norte-americanos já estão no país e controlam o aeroporto da capital.Nesta sexta-feira, as Nações Unidas lançaram um apelo de urgência para recolher cerca de 560 milhões de dólares.

As autoridades do Haiti anunciaram que já enterraram 40 mil corpos, mas o ministro haitiano do Interior disse, nesta sexta-feira, que o número de vítimas fatais pode chegar a 200 mil.

Na capital francesa, diversas manifestações de memória às vítimas do terremoto serão organizadas durante o fim-de-semana. Uma missa foi celebrada neste sábado na célebre Catedral de Notre Dame.