Reportagem publicada em 10/03/2010 Última atualização 10/03/2010 14:06 TU
Como se adaptar a um mundo onde somos bombardeados por imagens, estímulos, ideias e informações vindas de todos os lados? A subjetividade humana está preparada para todas essas mudanças? Estamos fadados à incapacidade de concentração, como defende o jornalista Nicholas Carr? Sobre todas questões conversamos com a psicóloga Bárbara Oliari, professora da faculdade Ibmec, em São José dos Campos, e a psicanalista Carlize Regina Ogg Nascimento, do Hospital das Clínicas de Curiba, pesquisadora da Universidade Federal do Paraná.
A psicóloga Bárbara Oliari é taxativa: para ela, apesar da Internet fazer parte do mundo das pessoas, a nova geração, que cresceu com ela, tem dificuldades para aceitar os limites da vida real. Limites que não existem na vida virtual. "Existe uma demanda enorme pelo virtual. Até porque no mundo virtual as coisas sempre acabam ficando um pouco mais fáceis. Mas a questão afetiva, a questão do cara a cara, da atenção, do olho no olho, permanece. Então quando o mundo virtual ocupa um espaço maior do que o mundo real ele se torna patológico. É como se tivesse um buraco na vida da pessoa.”
A pesquisadora Carlize Regina Ogg do Nascimento, da Universidade Federal do Parana, lembra que a subjetividade humana muitas vezes não acompanha o desenvolvimento tecnológico e esse bombardeio de estímulos acaba sendo o responsável por distúrbios como o déficit de atenção, ou DDA. "Na medida em que o próprio ambiente exige que você fique piscando uma série de estímulos o tempo todo e você vai perdendo inclusive o hábito e a capacidade de se concentrar em alguma coisa, então você passa a ter uma forma de uso da sua atenção totalmente fragmentária", diz. " Como é que uma criança vai sentar durante quatro horas, para ouvir um professor, e aprender Matemática, Física, Química a escrever, a ler, a compreender, com um tipo de atenção que é tão difusa quanto à que hoje o mundo impõe", salienta.
Trabalho
Sem Internet, certos empregos também não existiriam. Como fazer uma reunião com colegas que moram do outro lado do mundo? Foi sobre esse assunto que batemos um papo com a consultora de marketing Erika Kobayashi. "Um dos trabalhos que faço é para uma empresa de marketing qualitativo situada em Londres. E todos os consultores, do mundo inteiro, se reúnem periodicamente para participar de uma videoconferência", explica. Ouça mais no nosso programa O Espaço Multimídia.
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