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Brasil/Cannes

Filme sobre sequestro no RJ é exibido na Sessão Especial

Por Monique Matni, enviada especial da RFI a Cannes.

Reportagem publicada em 18/05/2009 Última atualização 21/05/2009 15:21 TU

 

Cena de "No Meu Lugar", exibido para a imprensa nesta segunda-feira, em Cannes . Foto: www.festival-cannes.com

Cena de "No Meu Lugar", exibido para a imprensa nesta segunda-feira, em Cannes .
Foto: www.festival-cannes.com

No Meu Lugar, primeiro longa-metragem de Eduardo Valente, foi exibido para a imprensa nesta segunda-feira no Festival de Cannes. Mesmo fora da competição oficial, o filme concorre ao prêmio Câmera de Ouro (Caméra d’Or). Na quarta-feira, No Meu Lugar será exibido em sessão oficial na grande sala da Soixantième.

Com a produção da VideoFilmes, dos irmãos Walter e João Moreira Salles, No Meu Lugar acompanha três histórias passadas em tempos diferentes, após assalto a uma casa de classe média alta no Rio de Janeiro. Mas o filme não é violento em nenhum momento.

O assalto desencadeia reações diversas na vida dos personagens principais. É o caso do policial Zé Maria, interpretado por Márcio Vito, que mata um réfem durante o assalto. Em seguida, ele é expulso da polícia e entra em uma profunda crise, mas é apoiado moralmente por sua filha adolescente.

A família, cuja casa foi assaltada, se reconstroi com o sofrimento da perda de um ente querido e busca refúgio fora da cidade maravilhosa. A esposa do refém, que morre logo no início da trama, é interpretada por Dedina  Bernardeli. Já a ação do entregador de supermercado, Beto, interpretado pelo ótimo Rafael Sil, se passa antes do assalto.

O diretor Eduardo Valente apresenta seu primeiro longa-metragem em Cannes. Foto: www.festival-cannes.com

O diretor Eduardo Valente apresenta seu primeiro longa-metragem em Cannes.
Foto: www.festival-cannes.com

Pouco a pouco, o espectador descobre que Beto é o autor do roubo. 

Críticas

Em entrevista à Rádio França Internacional, Eduardo Valente disse que No Meu Lugar não é um filme sobre a violência urbana. Mas ele, como carioca, não poderia negar sua identidade e o lugar onde vive.

O cineasta se defende assim das críticas de alguns produtores brasileiros que acreditam que os filmes nacionais abordando temas violentos estão ultrapassados, após Cidade de Deus e Tropa de Elite, e não agradam mais ao mercado internacional.

O diretor Eduardo Valente tem uma história de amor com Cannes. Seu primeiro curta-metragem, Um Sol Alaranjado, ganhou o prêmio principal da Mostra Cinéfondation, dedicada aos trabalhos de diretores que saíram de escolas de cinema. Ele também já levou ao festival os curtas Castanho e Monstro. A finalização do roteiro de No Meu Lugar foi feita durante residência em Paris.

Vale lembrar que o primeiro longa de Eduardo Valente é apresentado na mesma mostra onde figuram grandes nomes do cinema mundial. O francês Michel Gondry apresenta The Torn In The Heart, o espanhol Alejandro Amenabar Agora e o britânico, Terry Guillam, o esperado The Imaginarium of Doctor Parnassus.  

Além de diretor, Eduardo Valente é crítico de cinema. Crônicas cotidianas de sua autoria sobre o festival de Cannes são publicadas no http://www.revistacinetica.com.br

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