ONU quer novo acordo climático até 2009

Reportagem publicada em 12/12/2007 Última atualização 13/12/2007 11:05 TU

O secretário-geral da ONU disse que a mudança climática é o desafio moral desta geração.
© Conferência de Bali

A conferência sobre o clima de Bali entrou nesta quarta-feira na sua fase decisiva com a reunião dos ministros do Meio Ambiente de mais de 130 países. Na abertura da conferência ministerial, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, pediu ao mundo para definir até 2009 um novo tratado climático global em substituição ao protocolo de Kyoto, que expira em 2012. O secretário-geral da ONU afirmou que as reduções nas emissões dos gases do efeito estufa podem ser detalhadas mais adiante. Ban Ki-Moon disse aos ministros que a mudança climática é "o desafio moral da nossa geração", e que há uma "urgência desesperada" para conter o fenômeno que deve provocar secas, inundações, elevação dos mares, ondas de fome e extinção de espécies. 

Depois de dez dias de trabalho pesado das equipes técnicas de negociadores, as discussões definitivas acontecem agora. Os ministros vão ter a difícil tarefa de tentar apagar dos rascunhos de texto final as numerosas pendências, pequenos elementos que podem ser potencialmente perigosos e bloqueadores de negociações futuras.

Posição brasileira

Depois de ter defendido posições firmes sem oferecer muito em troca, os negociadores brasileiros mudaram de tom com a chegada a Bali do ministro Celso Amorim. O que antes era ímpossivel – por exemplo, a menção a mercado de créditos de carbono – passou a fazer parte do discurso dos negociadores, mesmo se com grandes ressalvas.

O chanceler Celso Amorim manteve encontro privado com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Monn, em Bali.
Foto: Divulgação MRE

Em uma reunião paralela à Conferencia da ONU sobre Mudanças Climáticas, a ministra brasileira do Meio Ambiente, Marina Silva, fez uma palestra sobre a redução do desmatamento na Amazônia que surpreendeu e agradou o público presente. A equipe brasileira apresentou um fundo de proteção e conservação da Amazônia que fala pela primeira vez de metas internas mensuráveis e verificáveis. O fundo se propõe a investir em ações do governo e de outros organismos na luta e no controle do desmatamento e também investir em transferência de tecnologias. Essa última idéia é um dos grandes pontos de bloqueio nas negociações em Bali.

(Reportagem realizada por Pamela Valente, enviada especial a Bali)

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