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Primeira reportagem: a história da fundação

Testemunhas e analistas lembram o nascimento de uma nação que vive momentos de celebrações e conflitos

Reportagem publicada em 12/05/2008 Última atualização 13/05/2008 21:02 TU

Uma colônia judia em Tel Aviv, entre 1920-1930.  Foto: Congresso Americano

Uma colônia judia em Tel Aviv, entre 1920-1930.
Foto: Congresso Americano


A proclamação do Estado de Israel independente foi feita precisamente no dia 14 de maio de 1948, às 16 horas, numa sessão convocada pela Agência Judaica, no museu de Tel Aviv. O documento foi lido por David Ben Gourion, que mais tarde ficou conhecido como o Pai da Pátria. A reunião foi mantida em segredo até o último instante para evitar reações dos palestinos contra a decisão dos líderes sionistas.

Do êxodo dos palestinos surgiu o problema dos campos de refugiados (1949).

  Foto: ONU

Do êxodo dos palestinos surgiu o problema dos campos de refugiados (1949).
Foto: ONU

Sessenta anos depois, testemunhas desta cerimônia que durou uma hora e meia guardam ainda a lembrança do instante crucial e da atitude objetiva dos presentes que não perderam tempo com discussões. Todos votaram a favor da criação da nação dos israelenses. O ex-deputado Arieh Handler estava lá e confirma “que foi tudo muito rápido”.

Para entender porque a Agência Judaica – órgão executivo do movimento sionista mundial na Palestina – tinha pressa, RFI ouviu o ex-deputado Michel Bar-Zohar, biógrafo de David Ben Gourion. Ele explica que, dias antes, os Estados Unidos tinham pedido que os judeus não ousassem criar o país. Os americanos alegavam que Israel seria massacrado pelos árabes. “Se não tivessemos Ben Gourion naquele momento, com sua fé fanática no poder do povo judeu para ganhar a guerra, não teríamos tido o Estado de Israel”, afirma Bar-Zohar.

Outro personagem fundamental para a existência de um Estado hebreu foi o jornalista Theodor Herzl. Seu manifesto em favor da constituição de um “lar nacional judeu”, divulgado em 1897, na Suíça, teve uma repercussão inesperada e acabou se transformando em um amplo movimento para o regresso à Terra Santa. Vinte e cinco anos depois, a Sociedade das Nações cedeu e a Palestina, sob mandato britânico, começou a receber judeus do mundo todo. Começou também a revolta dos árabes obrigados a dividir o território.

Avrahan Milgram, historiador brasileiro, radicado em Israel.  Foto: Elcio Ramalho/RFI

Avrahan Milgram, historiador brasileiro, radicado em Israel.
Foto: Elcio Ramalho/RFI

Foram finalmente os crimes anti-semitas do Holocausto, cometidos pelo regime nazista na Europa, que recolocaram o processo em marcha. Os protestos dos palestinos foram suplantados pelo impacto do genocído.

Da luta violenta pelo solo surgiu o Estado de Israel, apoiado pela Onu. O problema agora é preservá-lo através de um equilíbrio complexo entre ressentimentos e negociações.

(Reportagem realizada pelo enviado especial da RFI, Elcio Ramalho)


AUDIO

Avraham Milgram

Historiador e pesquisador do Memorial do Holocausto, em Jerusalém

«Havia um peso de consciência por parte da opinião pública ocidental. Os judeus foram abandonados. Houve uma grande indiferença. Deixaram um povo inteiro ser assassinado sem que os Estados livres reagissem. Mas eu acho que a razão (da criação de Israel) foi da ordem da ‘real politic’ em circunstâncias internacionais. Não foi só um pagamento de culpa por parte dos Aliados. Portanto, eu diria o seguinte: o Estado seria estabelecido porque já havia um processo histórico em andamento. O Holocausto acelerou o processo, foi um catalisador”.

 

 

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