Jovem universitária comprometida com a defesa dos imigrantes

Reportagem publicada em 21/07/2008 Última atualização 21/07/2008 13:03 TU

Flavia deve ir a São Paulo ainda este ano, convidada por uma associação de descendentes de japoneses, para falar da situação dos brasileiros residentes no Japão.
Foto: Pamela Valente

 

Flavia Tyemi Yanase tem vinte anos e mora há onze no Japão. Flavia chegou criança, com sua mãe e sua irmã, para ficar com o pai, que havia viajado anos antes, para trabalhar. Flavia é um exemplo raro de criança brasileira criada no Japão que deu certo - ela aprendeu a falar e escrever em japonês e entrou para uma das mais prestigiosas universidades do arquipélago.

Como se isso não bastasse para marcar seu sucesso, apesar de tão novinha Flavia é conhecida no Japão como porta-voz dos direitos dos imigrantes, principalmente brasileiros. No último encontro do G8, o grupo dos sete países mais ricos do mundo mais a Rússia, encontro realizado em Hokkaido no início do mês, Flavia Tyemi Yanase foi recebida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e lhe fez uma série de reivindicações para a comunidade brasileira no Japão.

 

ÁUDIO

 

Vocabulário :

Hiragana - alfabeto fonético utilizado para transcrever palavras japonesas sem a ambiguidade de pronúncia dos kanjis.

Katakana - alfabeto fonético utilizado na transcrição de palavras de origem estrangeira.

Kanjis - ideogramas de origem chinesa utilizados para formar palavras e frases. O governo japonês definiu cerca de dois mil kanjis para uso corrente.

Ijime - palavra que designa perseguições e abusos, físicos e morais, sofridos por uma pessoa considerada diferente do grupo. O ijime é um fenômeno comum na escola, mas também no meio profissional e na vida cotidiana.

Gaijin - termo comumente utilizado para designar um estrangeiro, com conotação levemente pejorativa.

Nikkeijin - palavra que designa japoneses que emigraram do Japão e seus descendentes.

Empreiteira - termo utilizado para definir os intermediários que colocam os estrangeiros em contato com as fábricas que os empregarão no Japão. A empreiteira frequentemente recebe uma polpuda comissão pelo trabalho de contato efetuado.

(Reportagem de Pamela Valente)