China chora a dor do campeão Liu Xiang

Reportagem publicada em 18/08/2008 Última atualização 20/08/2008 10:54 TU

Liu Xiang durante o aquecimento, pouco antes da largada para a prova dos 100 metros com barreiras.
Foto: Reuters

A China está triste. O maior ídolo do esporte do país, Liu Xiang, está fora das Olimpíadas de Pequim. O campeão mundial e olímpico dos 110 metros com barreira e grande favorito da prova, sentiu o tendão-de-aquiles da perna direita e abandonou a prova.

Na primeira largada da sexta e última série antes da final dos 110 metros com barreira, o atleta chinês mostrou os primeiros sinais da contusão. Como a saída foi queimada, Liu  voltou a se alinhar na raia. A dor insuportável o levou a deixar a pista. Os 90 mil espectadores que aguardavam a prova no Estádio Olímpico, o conhecido  Ninho do Pássaro, não acreditavam no que viam.  Várias pessoas choravam ao assistir o campeão deixar a pista de cabeça baixa.

Na entrevista coletiva que deu meia hora após a desistência de Liu, seu treinador, Sun Haiping, também não aguentou e foi às lágrimas. "O impacto de tudo isso é terrível para nós", disse o técnico, chorando muito diante das dezenas de jornalistas que lotaram a sala de imprensa. 'Liu está muito triste. Ele só não correu porque a dor era muito forte", explicou.

No sábado, Liu já havia sentido dores no tendão, mas uma equipe de três médicos foi mobilizada especialmente para cuidar do campeão

O técnico, Sun Haiping (à dir.) chora após Liu Xiang abandonar a prova dos 110 metros com barreiras.
Foto: Reuters

chinês. Nesta segunda, antes da prova, seu técnico garantiu que o atleta estava recuperado tanto desta lesão, como de outra, sofrida em maio e que o deixou de fora de outras competições no último mês de maio.

Liu Xiang, de 25 anos, era a principal esperança de medalha de ouro para a China. Para que tudo desse certo em Pequim, a Administração Geral dos Esportes do país  chegou a impedir o atleta de dirigir seu luxuoso Cadillac. Todo o cuidado foi em vão. O campeão chinês terá de esperar Londres/2012 para tentar voltar ao degrau mais alto do pódio olímpico.