Eleições EUA

Obama é a esperança de milhares de clandestinos

Reportagem publicada em 03/11/2008 Última atualização 11/11/2008 17:23 TU

O anexo do Consulado brasileiro de Houston, em Nova Orleans, funciona numa Igreja Evangélica.
Foto: Maria Emilia Alencar/RFI

O tema da imigração foi ofuscado na corrida presidencial norte-americana pela crise financeira. Mas muitos imigrantes, vivendo ilegalmente no país, têm muitas expectativas com o novo presidente americano que será eleito na terça-feira, 4 de novembro. Entre eles, muitos brasileiros que vivem em Nova Orleans, no sul dos Estados Unidos. A mítica capital do jazz americana é o mais novo paradeiro de milhares de clandestinos brasileiros. Cerca de sete mil brasileiros vivem na cidade. Eles deixaram estados ricos como Massachusetts ou Flórida, atingidos pela crise, e foram atraídos pela grande oferta de trabalho na construção civil e reforma das casas destruídas em 2005, pelo furacão Katrina. A época áurea da reconstrução da cidade já passou, mas ainda há trabalho já que o governo federal americano está liberando progressivamente a ajuda financeira às familias para a reforma das casas.

Daniel Pinto, que mora em Nova Orleans, teve sua situação regularizada no governo Clinton.
Foto: Maria Emilia Alencar/RFI

O consulado brasileiro de Houston no Texas realiza a cada dois meses uma operação consular em Nova Orleans para dar assistência aos brasileiros. Esse "consulado itinerante" foi montado numa Igreja Evangélica, no bairro de Kenner, na periferia de Nova Orleans que já virou praticamente uma cidade brasileira. O vice-cônsul Cláudio Teixeira, responsável pelo consulado, confirma que os clandestinos estão vivendo sob pressão atualmente nos Estados Unidos. Os brasileiros que vivem em Nova Orleans têm até medo de viajar e ser pegos pelos agentes da imigração. Às vésperas das eleições americanas, as expectativas da comunidade brasileira são grandes. Muitos brasileiros, como Daniel Pinto que vive há,11 anos no país e conseguiu seu Green Card no governo do democrata Bill Clinton, esperam que o próximo presidente americano aprove uma nova lei de imigração que regularize a situação de milhares de clandestinos.

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