Reportagem publicada em 22/11/2008 Última atualização 24/11/2008 11:13 TU
Reunião organizada pelo padre Paulo Barbosa na periferia de Boston, com o objetivo de informar e ajudar a comunidade brasileira.
Foto: Maria Emilia Alencar
Amarildo, Zé Luis e Délia estão entre os milhares de imigrantes clandestinos brasileiros que vivem atualmente nos Estados Unidos e que nossa enviada especial encontrou recentemente ao fazer reportagens entre Nova Iorque, Boston e Nova Orleans, três cidades que concentram diferentes levas de imigração do Brasil.
Todos partiram em busca de trabalho e todos dizem pagar um preço alto pela vida na ilegalidade.
Esse é o caso de doze milhões de clandestinos de várias nacionalidades hoje nos Estados Unidos, que contribuem para a economia do país, pagam impostos, mas vivem à margem, sem os direitos de um cidadão norte-americano, nem mesmo o direito de ir e vir.
Pouco se falou dos imigrantes ilegais na campanha eleitoral, mas eles esperam muito do novo governo Obama que assume em janeiro.
Para Eduardo Siqueira, professor do departamento de saúde comunitária e sustentabilidade da Universidade de Massachusetts, que desenvolve um vasto trabalho de pesquisa junto à comunidade de imigrantes brasileiros, uma lei facilitando a vida dos imigrantes ilegais não deve ser votada tão cedo.
Foto: Maria Emilia Alencar
Estima-se que cerca de um milhão e 400 mil brasileiros vivem nos Estados Unidos, sendo que apenas 20% são legalizados. Em vinte anos, esse número quintuplicou. Até os anos 80, a maior parte dos brasileiros vivia na Califórnia e Nova Iorque e chegava ao território norte-americano com visto de turista. O visto acabava expirando e eles entravam na ilegalidade.
Hoje, as maiores concentrações estão na Flórida e em Massachusetts. E como está cada vez mais difícil obter um visto, mesmo de turista, a grande maioria entra atualmente pela fronteira mexicana, depois de pagar cerca de dez mil dólares a um coiote - o intermediário - dívida que pesa bastante no orçamento familiar do clandestino.
Os brasileiros constituem o mais novo grupo de imigrantes clandestinos nos Estados Unidos. Por isso, são os mais vulneráveis. E vivem em condições de saúde física e mental deploráveis. O número de acidentes mortais com operários brasileiros na construção civil é expressivo. Os brasileiros ilegais se expõem a riscos desnecessários e assumem cargas horárias extremas.
Durante sua campanha eleitoral o presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama foi bastante vago em relação à imigração, se limitando a dizer que dará aos imigrantes indocumentados um caminho para obtenção da cidadania. Doze milhões de pessoas esperam poder sair da condição aviltante que é a clandestinidade.
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Reportagem de Maria Emilia Alencar
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