Estados Unidos

A diplomacia multilateral de Hillary Clinton

Reportagem publicada em 14/01/2009 Última atualização 14/01/2009 14:30 TU

Os senadores americanos demostraram preocupação com um possível conflito de interesses entre Hillary Clinton e a fundação beneficente presidida por seu marido, o ex-presidente Bill Clinton.
Foto: Reuters

A futura secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, foi sabatinada durante cinco horas pela Comissão de Relações Exteriores do Senado americano. Nessa audiência de confirmação no cargo, ela mostrou que ficará no meio do caminho entre a política do atual governo e as esperanças de mundanças suscitadas com a eleição de Barack Obama. Hillary Clinton disse que pretende usar a diplomacia, mas que os Estados Unidos lançarão mão de seu poder militar sempre que for necessário. Ela chamou essa política de «smart power», ou poder inteligente, uma estratégia que será usada, por exemplo, em relação ao Irã. Os Estados Unidos tentarão engajar o país no processo de negociações internacionais, mas sem tirar nenhuma opção da mesa, nem mesmo a intervenção militar caso Teerã insista em ter armas nucleares, disse Hillary. Essa é uma posição mais dura do que a expressada pelo próprio Barack Obama durante a campanha. Em relação ao conflito na Faixa de Gaza, a ex-primeira dama e ex-candidata à presidência afirmou que os Estados Unidos não podem disistir da paz na região e defendeu um acordo que traga ao mesmo tempo segurança a Israel e independência e progresso econômico aos palestinos.

A futura chanceler prometeu mudar o rosto dos Estados Unidos na América Latina. Ela propôs uma uma parceria no campo energético mais aprofundada com os países da região e defendeu uma maior participação do Brasil e de outras economias emergentes na solução da crise que atravessa o mundo. O nomeação de Hillary Clinton como chefe da diplomacia do futuro governo americano será ainda votada pelo Senado e deve ser aprovada sem problemas, na próxima quinta-feira, cinco dias antes da posse de Barack Obama.

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