Reportagem publicada em 23/01/2009 Última atualização 24/01/2009 17:06 TU
O fechamento de Guantánamo foi celebrado mas provoca discussões entre os países europeus.
Foto: Reuters
Os países europeus comemoraram a decisão do presidente americano, Barack Obama, de fechar a base militar de Guantánamo mas se mostram divididos sobre a proposta de acolher os detentos que serão libertados.
O governo austríaco descartou nesta sexta-feira, 23, qualquer possibilidade de acolher em seu território os detentos, como já propuseram Portugal e a Suíça.
"Quem causou o problema deve resolvê-lo", declarou o chanceler Michael Spindelegger, sugerindo que os prisioneiros devem refazer suas vidas em solo americano.
Já a Alemanha aguarda um pedido oficial dos Estados Unidos para se pronunciar sobre uma eventual possibilidade de receber os homens que serão libertados do campo de detenção. "É cedo para discutir a questão. Primeiramente os Estados Unidos deverão indicar claramente se e como vão querer nossa contribuição", disse o porta-voz do governo, Ulrich Wilhem.
Na última quarta-feira, 21, Wilhem disse que a chefe do governo alemão, Angela Merkel , iria discutir pessoalmente com Obama os pedidos a serem formulados por Washington.
Os governos de Portugal e da França já se manifestaram a favor de receber os futuros ex-detentos, mas enfrentam a prudência de outros países do bloco que defendem uma posição comum da União Européia sobre o assunto.
Propostas de colaboração com o governo americano deverão ser discutidas na reunião de chanceleres dos 27 países do bloco europeu, prevista para segunda-feira, 26, em Bruxelas.
Reações
A decisão do presidente americano Barack Obama de fechar a base militar de Gantánamo marca o fim de uma estratégia de luta contra o terrorismo adotada pelo seu antecessor, George Bush, e o início de uma mudança da imagem dos Estados Unidos no mundo, segundo os jornais americanos que circulam nesta sexta-feira, 23.
O anúncio do fechamento de Guantánamo dentro de um ano e o fim das prisões secretas da CIA ( Agência de Inteligência Americana, na sigla em inglês) e de seus métodos empregados nos interrogatórios de presos, é um sinal forte enviado ao mundo, escreveu em editorial o jornal Washington Post.
Já o Los Angeles Times elogia a decisão de Obama em restabelecer a reputação dos Estados Unidos sobre tratamento de presos acusados de envolvimento com o terrorismo, mas questiona: para onde serão levados os 245 detidos da base militar em Cuba ?
O presidente americano, Barack Obama, escuta o discurso de Richard Holbrooke, enviado especial para o Afeganistão e Paquistão.
Foto: Reuters
A Autoridade Palestina acolheu favoravelmente a indicação do ex-senador americano, George Mitchell, como o negociador dos Estados Unidos para o Oriente Médio.
"É alguém com experiência na questão israelo-palestino e na resolução de conflitos”, disse o chefe da diplomacia da Autoridade Palestina, Ahmed Qorei. Ele lembrou que Mitchell é o autor de um relatório que recomendou a suspensão da implantação de colônias judias em territórios palestinos e a retirada do exército israelense em cidades da Cisjordânia.
O porta-voz da presidência da Autoridade Palestina disse esperar que o ex-senador possa "trazer a mudança necessária para relançar o processo de paz visando a criação de um estado palestino".
Ao anunciar o nome do ex-senador George Mitchell para lidar com questões relacionadas ao Oriente Médio, na quinta-feira, 23, o presidente Obama disse esperar que em breve ele possa viajar à região.
Obama e a chefe da diplomacia Americana, Hillary Clinton, definiram também o representante especial dos Estados Unidos para o Afeganistão e o Paquistão: o veterano Richard Hoolbroke, de 67 anos, ex-embaixador americano junto às Nações Unidas e duas vezes secretário de estado.
Sete vezes nomeado para o prêmio Nobel da Paz, Holbrooke foi um crítico feroz da política externa do governo Bush em relação ao Afeganistão, considerada um fracasso, segundo ele.
À frente de um dos maiores desafios da diplomacia americana, Holbrooke sempre defendeu que a necessidade de concentrar a luta contra o terrorismo nas zonas tribais do Paquistão.
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