Reportagem publicada em 27/04/2009 Última atualização 28/04/2009 11:35 TU
A Tailândia instalou detectores térmicos nos aeroportos para detectar a entrada no país de pessoas com febre
Foto: Reuters
A gripe suína chegou à Europa. Um caso da doença foi confirmado nesta segunda-feira na Espanha. Segundo a ministra da saúde,Trinidad Jiménez, um jovem de 23 anos, da região de Castille-la-Manche, adoeceu depois de retornar de uma viagem ao México, no dia 22 de abril. No México, o H1N1 já teria feito 103 vítimas, mas o Ministério da Saúde confirmou apenas 20 casos. Mais de mil cidadãos mexicanos podem estar infectados. Nos Estados Unidos, há oito casos confirmados. O país declarou estado de emergência sanitária. No Canadá, seis pessoas estão contaminadas. Casos ainda sem confirmação também foram relatados na Nova Zelândia, Austrália, Canadá, Portugal e até mesmo no Brasil, onde exames já descartaram uma possível contaminação de dois pacientes que apresentavam sintomas da gripe e estão internados no Hospital Emílio Ribas, em São Paulo.
O vírus da gripe suína é uma combinação das cepas dos vírus suíno, aviário e humano e a transmissão acontece através do contato com objetos ou pessoas infectadas. Os sintomas são semelhantes aos de uma gripe comum: febre acima de 39 graus, dores pelo corpo e cansaço, além de irritação nos olhos e mal-estar generalizado.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, o vírus pode evoluir e se tornar mais perigoso. Membros do comitê da organização reúnem-se em caráter de urgência nesta segunda-feira para decidir se aumentam o nível de alerta sanitário global.
No México, para conter o aumento do número de contaminações, o governo proibiu a abertura de bares, boates e museus. As universidades também estão sem aula. Os tribunais foram fechados durante esta semana. Dois jogos do campeonato mexicano de futebol foram disputados a portas fechadas, com os estádios vazios. Até a igreja suspendeu a missa de domingo para evitar a formação de aglomerações. Nas ruas, a população está usando máscaras cirúrgicas distribuídas pelo governo ou vendidas por ambulantes.
Scanners térmicos
No mundo todo, países tomam precauções para conter o avanço do H1N1. A China e a Tailândia suspenderam suas importações de carne suína e derivados provenientes do México e de três estados norte-americanos: Texas, Kansas e Califórnia. A Tailândia instalou scanners térmicos nos aeroportos para detectar a entrada, no país, de pessoas com febre. A Rússia anunciou que vai controlar todos os vôos provenientes do continente americano. As autoridades da Nova Zelândia tentam encontrar os cerca de 300 passageiros que viajaram no mesmo avião que nove colegiais e um professor, que voltaram de uma viagem ao México contaminados pela gripe.
Vacina
O Japão também reforçou os controles nos aeroportos. O ministro japonês da Saúde afirmou que o país prioriza agora o desenvolvimento de uma vacina contra o vírus, mas lembrou que isso pode levar de três a sete meses. Por enquanto, o tratamento, que pode ser eficaz ou não, é feito com um antiviral. O grupo farmacêutico suíço Roche, que fabrica o medicamento contra a doença, conhecido como Tamiflu, disse estar preparado para distribuí-lo em grandes quantidades.
A Comissão Europeia propôs, nesta segunda-feira, a convocação de uma reunião ministerial extraordinária dos ministros da Saúde dos países membros para avaliar o perigo de uma pandemia. Na França, a ministra da saúde, Roselyne Bachelot, informou em entrevista à radio France Info, que o país ainda não registrou nenhum caso da gripe. Quatro pessoas que apresentavam sintomas da doença tinham sido internadas para exames, mas a infecção pelo vírus H1N1 foi descartada. A ministra ainda informou que o sistema de saúde da França está bem preparado para combater uma possível epidemia de gripe suína. No domingo, o governo francês informou que possui 33 milhões de doses de uma vacina antiviral que poderia conter a doença.
As empresas aéreas, já fortemente afetadas pela crise econômica, também sentem os efeitos da gripe suína. Na abertura dos pregões desta segunda-feira, as ações da Air France caíram nove por cento na bolsa de Paris. Em Frankfurt, a Lufthansa viu seus papeis despencarem 12 por cento em alguns minutos.
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