Reportagem publicada em 30/04/2009 Última atualização 02/05/2009 14:07 TU
Apesar de o governo uruguaio afirmar que as atuais vacinas não são eficazes contra a gripe suína, moradores de Montevideo fazem filas em postos de vacinação.
Foto: Reuters
O hemisfério sul está mais exposto à propagação da gripe suína devido a chegada do inverno, estação propícia para a multiplicação do vírus. O alerta foi feito pelo diretor-geral adjunto da Organização Mundial da Saúde, Keiji Fukuda , durante entrevista coletiva nesta quinta-feira. Segundo ele, “é possível que a OMS supervisione mais de perto a evolução da doença no hemisfério sul do que no norte, onde já é primavera”, disse.
A declaração foi feita um dia depois que a Organização acionou o nível de alerta 5 para uma pandemia, o penúltimo da escala estabelecida pela OMS. O nível indica que a transmissão da doença entre humanos já foi confirmada em pelo menos dois países.
Casos
Com um caso de gripe suína confirmado nesta quinta-feira pela Holanda, o número de países já atingidos pela doença chegou a 13.
No México, onde há mais vítimas, o governo confirmou até agora 8 mortos mas o vírus A H1N1 já poderá ter atingido outras 172 pessoas, segundo as últimas estimativas. Para tentar erradicar a propagação da gripe suína, todas as atividades comerciais não essenciais foram suspensas no país entre os dias 1° e 5 de maio.
O país, já confrontado com uma recessão, agravada pela queda de exportações para os Estados Unidos, teme que a gripe suína afunde ainda mais a economia mexicana que deverá sofrer uma retração de 5% do PIB em 2009.
A economia do México, já em recessão, deve ser ainda mais atingida por causa da gripe suína já que turistas estão sendo orientados a cancelar viagens ao país.
Foto: Reuters
O setor do turismo, responsável por 8% da economia do México, deve ser um dos mais atingidos já que os turistas estão sendo orientados a evitar visitas ao país. No início da semana o governo determinou o fechamento de 35 mil restaurantes na Cidade do México.
Investigar porque o México registra o maior número de casos graves do que outros países é uma dos maiores desafios da comunidade científica.
“Identificar o lugar onde a doença surgiu é importante também para adotarmos medidas de prevenção”, declarou o diretor do Centro Americano de Controle de Prevenção e Doenças (CDC, na sigla em inglês) Richard Besser, a uma emissora de televisão americana.
Nos Estados Unidos, 91 casos estão confirmados. Em discurso na quarta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, descartou a hipótese de fechar as fronteiras com o México e pediu aos americanos para não ceder ao pânico.
No país, 10 estados estão afetados pela epidemia e as autoridades sanitárias pediram que os doentes não saiam de suas casas por pelo menos, 7 dias. Várias escolas foram fechadas.
No vizinho do norte, o Canadá, o número de casos atribuídos à gripe chegou a 19.
Em comunicado oficial, divulgado nesta quinta-feira o Banco Mundial afirmou que um dos seus funcionários contraiu a gripe suína durante uma visita recente ao México, mas ele já está curado da doença.
Europa
Na França, autoridades sanitárias estimam que entre os 41 casos suspeitos de gripe suína no país, 5 deles foram definidos como "prováveis”. Mas, segundo a diretora do Instituto francês de Vigilância Sanitária, Françoise Weber, “näo há nenhuma confirmaçäo entre os casos acompanhados”.
Do número total de casos em observação, 26 estão na região onde está a capital, Paris.
Em Luxemburgo, onde 27 ministros de Saúde da União Europeia se reuniram para discutir a gripe suína, as representantes da Espanha e Alemanha rejeitaram com eemência a proposta de suspensão de voos para o México, apresentada pela França.
Para a ministra espanhola da saúde, Trinidad Jimenez, a medida “não seria útil neste momento”. A Espanha é o país com o maior número de casos confirmados na Europa atualmente, 13 , e outras 87 pessoas continuam em observação segundo o ministério da saúde.
“Nós devemos acompanhar a evolução da doença antes de tomar uma medida drástica como essa”, disse Jimenez ao chegar a Luxemburgo, local da reunião.
A ministra da Saúde da Alemanha, Ulla Schimdt, também demonstrou sua oposição à ideia: “ não acho que seja a medida mais adequada no momento”, declarou.
A ministra sugeriu que sejam adotadas medidas como a da companhia aérea Lufthansa que decidiu levar médicos a bordo de seus aviões.
Voos
A Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA, na sigla em inglês), informou nesta quinta-feira que as companhias aéreas estão preparadas para enfrentar a gripe suína.
A entidade afirmou que está trabalhando junto com a OMS para oferecer informações às equipes que trabalham em voos e também nos aeroportos para que as tripulações, pessoal que manipula bagagens e dão assistência à chegada dos passageiros ou aos que estão em trânsito, possam estar bem informados sobre a doença.
“Seguimos os conselhos da OMS e a segurança dos passageiros e nossas equipes é a prioridade número 1”, afirmou em comunicado oficial a IATA, instituição que representa 230 companhias aéreas, responsáveis por 93% do tráfego mundial.
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