Reportagem publicada em 08/06/2009 Última atualização 09/06/2009 11:32 TU
Um helicóptero das Forças Armadas Brasileiras procura os destroços do Airbus 330 no oceano Atlântico.
Foto: Reuters
As equipes de resgate da FAB (Força Aérea Brasileira) e da Marinha encontraram no fim-de-semana 16 corpos de vítimas do acidente do voo AF447, que desapareceu no domingo, dia 31 de maio, com 228 pessoas a bordo. 2 corpos foram retirados da água no sábado e 15 no domingo. Também foram encontrados destroços da aeronave, entre eles poltronas, maletas e máscaras de oxigênio. A maior parte dos objetos foram recolhidos a cerca de 1.150 quilômetros de Recife. Os restos mortais dos passageiros chegam nesta terça-feira a Fernando de Noronha, onde serão examinados por oito peritos. Em seguida, eles serão transportados ao Instituto Médico Legal do Recife. No total, 14 aviões e seis navios estão mobilizados nas buscas. Na sexta-feira, agentes da Polícia Federal recolheram material de parentes das vítimas, hospedados no Rio de Janeiro, que serão utilizados em testes de DNA.
O submarino nuclear francês Emeraude deve chegar na quarta-feira na área, para tentar localizar, com seus sonares, as caixas-pretas do A330. O submarino deve percorrer uma área de 30km2 por dia. Com 73,6 metros de comprimento, ele pode atingir uma profundidade superior a 300 metros e uma autonomia de 60 dias.
Hipóteses
O Ministro dos Transportes francês, Dominique Bussereau, afirmou neste domingo que a causa do acidente continua inexplicada, mas já existem algumas hipóteses técnicas : os sensores poderiam ter congelado no momento em que o avião atravessava uma zona úmida, de forte turbulência, e deixado de indicar a velocidade adequada.
Este defeito pode ter duas consequências: uma queda abrupta da velocidade, que pode desestabilizar o avião, ou um aumento repentino capaz de causar uma fissura na carcaça. Neste caso, o aparelho se aproxima da velocidade do som e pode se desintegrar. Em nota divulgada à imprensa, a Airbus voltou a divulgar que A330 é um aparelho totalmente confiável. No sábado, a Air France anunciou que iria acelerar o programa de substituição das sondas anemométricas dos aviões Airbus, modelos A330 e A340. Alguns incidentes envolvendo esse sistema foram constatados há cerca de um ano.
O semanal francês Journal du Dimanche, publicou uma reportagem neste domingo afirmando que tais problema já haviam sido identificados no Airbus A330 desde 1996. O jornal entrevistou vários pilotos que garantem que tal incidente poderia causar anomalias nos sistemas similares às encontradas pelo avião antes do acidente. De acordo com o site Eurocockpit, especializado em aviação, "se o aparelho perde 2 ou 3 tubos Pitot chega exatamente ao mesmo resultado que o descrito pelas mensagens automaticas enviadas" . O tubo de Pitot é um instrumento de medida de pressão utilizado para medir a velocidade dos aviões.
O BEA (Escritório de Investigações e Análises para a Segurança da Aviação Civil) da França prefere ser prudente em suas declarações . Os técnicos estão analisando os incidentes anteriores que envolvem o descontrole das indicações de velocidade relacionados a um eventual congelamento de sensores. Até hoje, de acordo com o BEA, nenhum incidente desse tipo provocou a queda de um avião. Na próxima semana, técnicos brasileiros desembarcarão na França para ajudar nas investigações.
Em entrevista coletiva concedida no sábado, em Paris, Paul Luis Arsalanian, diretor do BEA, disse que a análise preliminar dos dados mostra que o piloto automático foi desligado em algum momento.
Na semana passada, o presidente Nicolas Sarkozy disse que se encontraria nesta segunda-feira com as famílias das vítimas do acidente. A reunião, entretanto, não foi confirmada até agora pela sede da presidência.
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