Acidente/Voo AF447

França retoma buscas pelas caixas pretas no outono

Reportagem publicada em 31/08/2009 Última atualização 01/09/2009  11:01 TU

Destroço do avião AF447, que caiu no dia 31 de maio no meio do oceano Atlântico.
Foto: Reuters

A França deve retomar as buscas das caixas pretas do Airbus AF447 no outono. O anúncio foi feito na manhã desta segunda-feira por Paul Louis Arslanian, diretor do BEA, órgão responsável pela investigação das causas do acidente aereo, ainda desconhecidas, que matou 228 pessoas no dia 31 de maio, no trajeto entre Rio e Paris. A terceira fase da investigação vai se concentrar na localização da carcaça do avião, e deve envolver vários países.  "Vamos definir as prioridades e maneiras de otimizar as buscas, dando uma dimensão internacional ao caso", explicou.

A nova fase das buscas custará cerca de 10 milhões de euros e a Airbus deve arcar com parte dos custos. As caixas pretas do AF447 deixaram de emitir sinais sonoros no dia 10 de julho, quando se encerraram a primeira fase das buscas. A segunda fase, realizada pelo navio Pourquoi Pas, um navio do IFREMER (Instituto Francês de Pesquisa e Exploração do Mar) terminou no dia 20 de agosto, sem acrescentar novos elementos à investigação e sem pistas das caixas, fundamentais para explicar a tragédia.

A profundidade e o relevo do local onde o avião caiu, situado a cerca de 1150 quilômetros da costa brasileira, dificultaram o trabalho das equipes de resgate. O tamanho da área, segundo Arslanian, equivale à superfície da Suíça.

Sondas Pitot

As causas do acidente continuam, por enquanto, inexplicadas. Uma das hipóteses levantadas por especialistas da aviação e reforçada pelo Sindicato Francês dos Pilotos de Linha, foi um defeito nas chamadas sondas Pitot, instrumentos de bordo utilizados para medir a velocidade. Antes de cair, o Airbus enviou dezenas de mensagens automáticas indicando falhas nos equipamentos de referência que controlam velocidade e alturas vertical.

 A Airbus recomendou aos seus clientes que substituíssem pelos menos duas das três sondas Pitot nos modelos A330 e A340. A Agência Europeia de Segurança Aerea também fez uma recomendação pedindo a interdição das sondas Pitot da marca Thales, um dos equipamentos do AF447.