Gripe suína

Intelectuais franceses pedem gestão democrática da epidemia

Reportagem publicada em 08/09/2009 Última atualização 08/09/2009  14:06 TU

Intelectuais franceses pedem gestão democrática da epidemia de gripe suína.
Foto : AFP

Intelectuais, professores de medicina, representantes de organizações não governamentais e políticos assinaram, nesta terça-feira, uma petição, na França, pedindo uma gestão democrática da epidemia da gripe suína.

Eles temem que as medidas tomadas pelo governo para evitar a propagação da doença possam ter "efeitos colaterais não desejados", limitando os direitos e garantias fundamentais de cada cidadão. 

O Sindicato Francês da Magistratura denunciou hoje um "plano secreto" do governo que prevê modificar a organização e funcionamento da Justiça em caso de surto da doença.

As medidas incluiriam, segundo o Sindicato, adaptações nos processos penais, como por exemplo, utilização de um juiz único, prolongação das detenções preventivas e realização de julgamentos a portas fechadas. A ministra da Justiça, Michèle Alliot-Marie, recusou as acusações e disse, nesta terça-feira, que não existe "nenhum plano secreto".

Com a proximidade do outono e a queda nas temperaturas, cresce o risco de propagação da gripe suína. Medidas estão sendo tomadas em todo o país para conter a disseminação do vírus.

Cerca de dez escolas já foram fechadas esta semana na França para prevenir a propagação da gripe. Os Grupos Regionais de Observação da Gripe (GROG), associação formada por médicos de todo o país,  estimam que 20 mil pessoas possam ser contaminadas pelo vírus H1N1 por semana na França.

No santuário de Lourdes, na França, a prefeitura anunciou um plano para proteger os peregrinos. Foi aplicada vigilância especial em torno das piscinas de água santa, onde os peregrinos costumam se banhar. Voluntários garantem a aplicação das regras básicas de higiene.

As igrejas francesas também já começaram a se preparar para a chegada da gripe. A Conferência dos Bispos da França afirmou que alguns padres esvaziaram as pias de água benta. A comunhão também não é mais dada na boca dos fiéis, que recebem agora a hóstia em mãos. Os padres mais precavidos aconselham seus fiéis a substituir o sinal da cruz por um simples gesto com a cabeça.

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