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Fotografia/França

Morre Willy Ronis, monstro sagrado da fotografia francesa

Reportagem publicada em 12/09/2009 Última atualização 14/09/2009  10:30 TU

Willy Ronis diante de uma de suas obras.Foto: AFP

Willy Ronis diante de uma de suas obras.
Foto: AFP

Contemporâneo de Robert Doisneau e Henri Cartier-Bresson, Willy Ronis morreu em Paris, neste sábado, aos 99 anos de idade. Sua obra é um verdadeiro testemunho histórico da capital e seus habitantes, revelados através de reportagens sociais, principalmente nos anos 70.

Willy Ronis nasceu em 1910, em Paris, aos pés da colina de Montmartre. Seu pai, ucraniano, era o fotógrafo do bairro e a mãe, da Lituânia, professora de piano. Aos 16 anos, Ronis tirou sua primeira fotografia. Com a morte do pai, em 1936, ele tornou-se fotógrafo para a imprensa, a indústria, a moda e a publicidade.

A Frente Popular – união dos três principais partidos de esquerda que governou a França entre 1936 e 1937 – abriu as portas para a publicação de suas primeiras reportagens sociais para a revista Regards: greves, ocupações de fábricas pelos empregados, passeatas, trabalho nas fábricas são seus temas principais.

Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), Ronis, que era judeu, refugiou-se no sul da França. Com a liberação do país, participou do renascimento da imprensa ilustrada e fez parte da primeira equipe fundadora da agência Rapho. Ele também produziu reportagens da atualidade, publicidade e moda, publicando seu trabalho em revistas de renome como Life e Vogue.

Willy Ronis amava Paris como demonstram suas fotos de cenas cotidianas, onde o aspecto humano é retratado com uma sinceridade emocionante. Seu talento foi reconhecido e honrado; ele recebeu os maiores prêmios de sua área. Willy Ronis continuava ativo e, aos 98 anos, publicou o livro “Nues”, que retraça seus 56 anos de trabalho.