Busca

/ languages

Choisir langue
 

Circo

Espetáculos diferentes esquentam o inverno parisiense

Reportagem publicada em 23/12/2009 Última atualização 23/12/2009  16:32 TU

Um dos espetáculos circenses mais populares em Paris neste final de ano é o Slava's Snowshow.Foto: Slava

Um dos espetáculos circenses mais populares em Paris neste final de ano é o Slava's Snowshow.
Foto: Slava

Está aberta a temporada de circos em Paris. São mais de vinte espetáculos espalhados pela cidade nesse final de ano. Eles são uma tradição de inverno na França, uma ótima opção para quem procura um programa divertido para toda a família.

O circo evoluiu muito daquela imagem simples que o senso-comum tem de animações no picadeiro e palhaços tristes. Os shows se transformaram em grandiosas performances, que surpreendem e deslumbram a plateia. Com reformulações bem-humoradas e com uma nova perspectiva dos números clássicos, os circos deixaram de ser apenas uma trupe com atrações repetitivas para se tornar um grupo de profissionais altamente qualificados que viaja o mundo levando o fascínio por onde passa.

A programação circense de Paris é bastante variada. Tem aqueles mais clássicos, como o espetaculo "Li Ya, a Filha do Imperador", do circo Phenix, composto de artistas chineses. Mas também tem apresentações mais lúdicas e, por que não dizer, poéticas, como o Circo Invisível, o Snowshow e o Romanès.

O Circo Invisível é uma criação de Vitoria Chaplin, filha de Charles Chaplin, e seu marido Jean-Baptiste Thierrée. Todo o espetáculo é feito pelo casal, cada um com suas especialidades. O jornal Le Monde definiu o Circo Invísivel de "um espírito docemente libertário e surrealista que reúne a rainha da metamorfose e o pai do novo circo".

O espetáculo tem duas horas de duração e inclui um balé de guarda-chuvas vermelhos, um esqueleto ciclista e um casal de alquimistas sonhadores. O Circo Invisível fica em cartaz em Paris até o dia 10 de janeiro.

Outro espetáculo que vem encantando os franceses é o Slava's Snowshow, do palhaço russo Slava Polunin. Há quinze anos em cartaz pelo mundo, essa é a primeira temporada na França, e sua atmosfera fantástica já caiu no gosto do público.

O que mais impressiona a plateia é a capacidade de expressar sentimentos de maneira totalmente visual, como a solidão através de um número com dois telefones de pelúcia gigantes ou a perda de identidade através de uma dança lenta entre um casaco e um cabideiro. E, como o próprio nome diz, em Slava's Snowshow há neve, muita neve, mas em forma de papel picado e bolhas de sabão.

Já o circo Romanes, de uma trupe cigana, reinventa o circo familiar e brinca com a ideia de fazer humor sem muitos recursos. "Nada no bolso, tudo no coração", é o lema do espetáculo. A família toda participa da apresentação, até os bebês entram no palco. Esse é o verdadeiro circo clássico, onde as crianças ja nascem artistas.

Do clássico ao inovador, os circos são um bom programa desde a Idade Media e estão longe de esgotar seu repertório, sempre criativo e atual. A plateia está mais exigente, e o circo vai se adaptando ao gosto do "respeitável público". Quem vai ao circo hoje em dia está procurando momentos de diversão, lógico, mas também de um universo de fantasia que só o circo consegue inventar.

ÁUDIO

Amanda Lourenço

Repórter da RFI

23/12/2009