Reportagem publicada em 14/11/2009 Última atualização 16/11/2009 11:18 TU
A França e o Brasil vão apresentar propostas comuns na Conferência de Copenhague sobre mudanças climáticas, que começa no dia 7 de dezembro, e vão tentar convencer outros países a criar uma Organização Mundial do Clima. O anúncio foi feito durante um encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Nicolas Sarkozy neste sábado, no Palácio do Eliseu, em Paris. Lula e Sarkozy também se comprometeram a propor medidas imediatas contra o aquecimento global, mas compatíveis com o crescimento econômico e a erradicação da pobreza.
França e Brasil defendem que outros países tomem medidas concretas e ambiciosas para desbloquear um acordo global, com o objetivo de limitar o aumento da temperatura mundial em até 2% em relação ao níveis pré-industriais e reduzir em pelo menos 50% as emissões de gases poluentes até 2050, tendo como base os níveis de 1990. "Este documento assinado por Sarkozy e por mim é mais do que uma carta de princípios. Eu acho que ele passa a ser uma bíblia climática", disse o presidente brasileiro. "Tenho clareza que hoje a humanidade, as pessoas que estão discutindo a questão ambiental no mundo, são pessoas sérias, e estão de acordo com os princípios que estão colocados neste documento. Queremos torná-lo realidade."
Sarkozy disse que irá divulgar as propostas do Brasil e da França em Trininad Tobago onde participará da cúpula Commonwealth. Em seguida, o presidente francês viaja para África. Ele também prometeu participar de uma conferência dedicada ao clima em Manaus, no final do mês.
Antes do anúncio do acordo, a ministra brasileira da Casa Civil , Dilma Roussef, apresentou o plano voluntário do Brasil para contribuir no combate à redução do aquecimento global, que limita as emissões de gases poluentes entre 36 e 39%. O presidente francês elogiou a iniciativa e disse que o Brasil foi o primeiro país emergente a entender o que está em jogo em Copenhague.
Depois do encontro, em uma entrevista coletiva, o presidente Lula comparou a proposta do Brasil à dos Estados Unidos. "Somente a diminuição das emissões dos gases de efeito estufa, por conta do desmatamento da Amazônia, que assumimos até 2020, já equivale à proposta que Obama está enviando ao Congresso Americano." Lula afirmou que telefonará na próxima segunda-feira para o presidente Barack Obama para explicar as propostas que serão defendidas por brasileiros e franceses em Copenhague. "Não temos o direito de permitir que o presidente Obama e o presidente Ju Hintao (da China) façam um acordo com base apenas nas suas realidades políticas e econômicas", alfinetou.
(Reportagem de Elcio Ramalho)
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