Deserto

Técnicas ajudam a reflorestar o Sahel

Reportagem publicada em 09/12/2009 Última atualização 09/12/2009  14:53 TU

Burkina Fasso
Foto : A.Niard/RFI

De acordo com as Nações Unidas, 45% do continente africano corre o risco de desertificação, sendo a região do Sahel, no norte do Burkina Fasso, uma das áreas mais críticas e vulneráveis aos efeitos das mudanças climáticas.

Em todo o país, 80% da população vive da agricultura de substiência, mas na região do Sahel, os agricultores têm ainda mais dificuldades em viver de sua própria produção.

A queda nos preços das matérias-primas e o efeito devastador das secas fragilizam ainda mais os produtores. Apesar da vulnerabilidade da região, novas práticas e técnicas introduzidas no país tem demonstrado resultados eficientes para recuperar áreas degradadas, a maioria métodos tradicionais adaptados para substituir práticas predatórias do passado, como queimada, uso de arado e irrigação mal planejada.

Apesar disso, a situação continua inquietante e a produção de cereais, instável. Segundo o último relatório da Agência das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), publicado em conjunto com o Comitê Permanente Inter-estadudal de Luta contra a Seca no Sahel (CILSS), a produção de cereais prevista para 2009/2010 é 4% menor do que a produção registrada na safra 2008/2009.

No Burkina, a queda da produção será ainda maior do que a média, ou seja, 10%. Muitos produtores da região do Sahel não conseguem produzir o suficiente para a própria subsistência, como é o caso de Maiga Hamidou Hama.

"O nosso vilarejo atravessa uma situação crítica. Pouca gente consegue produzir suficiente para alimentar a família, por uma razão, não há mais água. As chuvas são cada vez mais escassas, o solo está deteriorado e não temos meios adequados para desenvolver técnicas de recuperação. Mas também temos que mudar de dos homens que não permite mais boas colheitas", afirma.

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