Busca

/ languages

Choisir langue
 

Haiti/Terremoto

Armazém da ONU é saqueado

Reportagem publicada em 15/01/2010 Última atualização 18/01/2010  14:36 TU

Cadávares espalhados no chão, falta de água potável: o caos reina no Haiti.Foto: Reuters

Cadávares espalhados no chão, falta de água potável: o caos reina no Haiti.
Foto: Reuters

Um dos armazéns da ONU onde estão estocados os alimentos que seriam distribuídos à população no Haiti foi saqueado nesta sexta-feira, segundo Emilia Casella porta-voz da organização. "Em situações de catástrofe, esse tipo de problema é previsível", disse. A ONU irá agora reabastecer o depósito, o principal da capital. Três dias após o terremoto que devastou Porto Príncipe, a capital do Haiti, as equipes de socorro e de resgate continuam enfrentando dificuldades para levar ajuda humanitária e prestar assistência aos sobreviventes da catástrofe que, segundo estimativas da Federação Internacional da Cruz Vermelha, atingiu 3 milhões de pessoas e pode ter deixado entre 45 e 50 mil mortos. O primeiro-ministro do país, Jean-Max Bellerive, estima em mais de 100 mil o número de vítimas. Cerca de 20 países prometeram, juntos, cerca de 268, 5 milhões de dólares de ajuda ao país, que depois da tragédia contabiliza cerca de 300 mil desabrigados.

Pela terceira noite consecutiva, milhares de pessoas passaram a noite nas ruas de Porto Príncipe em grandes áreas a céu aberto, sem qualquer tipo de mantimento, sem um lugar para passar a noite. A França decidiu intensificar o suporte às vitimas do terremoto no Haiti e anunciou o envio de mais 2 navios ao país. Um deles, o Sirocco, que está atualmente em Dakar e que deve partir nos próximos dias, será equipado com dois blocos operatórios e 50 leitos.

Dois helicópteros também estarão a bordo do navio para facilitar o transporte dos feridos. O outro navio, que está atualmente em Fort-de-France, na Martinica, tem capacidade para transportar 400 toneladas de material. A França já havia enviado ao Haiti dois aviões, com equipes de resgate e material de ajuda humanitária. Equipes de socorro da vizinha República Dominicana, dos Estados Unidos, da França e da Bolívia foram as primeiras a chegar ao local para dar assistência às vítimas.

Segundo um dos chefes de operação da defesa civil dominicana, a insegurança é um dos grandes obstáculos para o trabalho de socorro. Um dos caminhões com a ajuda humanitária foi roubado por um grupo armado. A ajuda internacional enviada por diversos países não para de chegar ao aeroporto internacional de Porto Príncipe que está com o tráfego aéreo sobrecarregado.

Ao lado do aeroporto, está funcionando, de maneira improvisada, a estrutura da Minustah, a missão de estabilização da ONU para o Haiti. A Organização das Nações Unidas foi profundamente atingida pelo terremoto com 36 funcionários mortos confirmados até o momento. Durante uma coletiva de imprensa, convocada ontem à noite, o presidente francês Nicolas Sarkozy disse que pretende visitar o Haiti nas próximas semanas. Ele também anunciou que a França e os Estados Unidos, em parceria com países como o Brasil e Canadá, estão se mobilizando para organizar uma grande conferência internacional para a reconstrução do Haiti.

Nesta sexta-feira, o ministro francês das Relações Exteriores, Bernard Kouchner, disse que essa conferência pode ser realizada em março, sem dar detalhes sobre o local. Até o momento, seis franceses morreram no terremoto e outros 60 estão desaparecidos, segundo o ministério francês das relações exteriores. No total, 1400 franceses moram no Haiti, sendo 1.200 na capital Porto Principe.

Correspondente relata caos nas ruas da capital

O enviado especial da Rádio frança Internacional ao Haiti, Florent Guignard, contou que a situação é crítica. De acordo com o ele, o cheiro dos cadáveres em decomposição é muito forte e as pessoas usam máscaras para se proteger. Com a chegada de equipes especializadas, sobreviventes começam a ser resgatados dos escombros.

No hotel de luxo Le Montana, que ficou totalmente destruído, uma americana de 55 anos foi retirada dos escombros durante a madrugada por uma equipe de socorristas franceses. Ela sofreu apenas ferimentos leves, mas disse quase ter perdido as esperanças de sair com vida debaixo dos escombros. Nem todos os sobreviventes têm a mesma sorte. Durante dois dias, um grupo de funcionários públicos tentou resgatar um colega de trabalho que ficou soterrado, mas depois de 48 horas ele não conseguiu sobreviver.

Segundo o presidente haitiano, René Préval, cerca de 7 mil mortos já foram enterrados em valas comuns. A informação foi divulgada durante um visita aos locais atingidos. Preval estava acompanhado do presidente da República Dominicana Leonel Fernandes, primeiro chefe de estado a visitar o Haiti após o terremoto.

ÁUDIO

Adriano Campolina, diretor da ONG ActionAid para as Américas

"Todos nossos colegas perderam familiares, amigos e suas casas."

15/01/2010

Florent Guignard, enviado especial da RFI a Porto Príncipe

"O cheiro dos cadáveres em decomposição é muito forte e as pessoas usam máscaras para se proteger."

15/01/2010

Ana Carolina Dani, jornalista da RFI

15/01/2010

Leia mais:

Ajuda internacional começa a chegar ao Haiti

História de tragédias em um país amaldiçoado há dois séculos

Repórter on line

França/Regionais

Jean-Paul Houchon, candidato do Partido Socialista, Cécile Duflot, do grupo Europa Ecologia, e Pierre Laurent, da Frente de Esquerda, durante comício em Paris.Foto: Reuters

Direita se mobiliza para o segundo turno das eleições regionais

A dois dias do encerrramento da campanha eleitoral para o segundo turno das eleições regionais na França, a direita do presidente Nicolas Sarkozy tenta conquistar os eleitores indecisos.

19/03/2010 12:39 TU

Espécies ameaçadas

A proibição das exportações do atum vermelho não foi aprovada em Doha.Foto: Reuters

Japão livra o atum vermelho da lista de espécies ameaçadas

O Japão comemorou a rejeição da proposta de interdição do comércio internacional do atum vermelho, na 15ª Conferência das Partes da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Selvagens Ameaçadas de Extinção (Cites).

19/03/2010 11:43 TU

Oriente Médio

A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, e o ministro das Relações Exteriores, Sergueï  Lavrov.Foto: Reuters

Quarteto pressiona Israel a congelar a colonização nos territórios palestinos

Reunidos em Moscou, representantes de Estados Unidos, Rússia, União Europeia e Nações Unidas incitam Israel a "congelar" a colonização judaica nos territórios ocupados e a demolir todos os postos de controle construídos nos últimos nove anos.

19/03/2010 11:26 TU

Suíça/Basel World

A Basel World é o maior evento mundial de relojoaria e joalheria de luxo.Foto: Reuters

Abre na Suíça o maior salão de relógios e joias de luxo do mundo

Depois da crise de 2009, que registrou uma queda de 22,5% na venda de relógios de luxo, o setor começa a ver uma luz no fim do túnel.

18/03/2010 16:34 TU

Brasil/Oriente Médio

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim.Foto: Reuters

Depois da Jordânia, Amorim anuncia viagem surpresa à Síria

19/03/2010 12:02 TU

Grécia/Crise

O Primeiro-ministro grego George PapandreouFoto: Reuters

Ministros das Finanças da UE decidem pacote de ajuda à Grécia

18/03/2010 10:56 TU

Lula/Oriente Médio

O presidente Lula com o presidente palestino Mahmoud Abbas Foto: Reuters

Lula diz que Brasil pode ser "voz que faltava" no conflito

19/03/2010 11:33 TU

França/Regionais

Após primeiro turno das regionais, partidos de esquerda e Verdes se unem na França para derrotar direita de Sarkozy.  Foto : Reuters

Partidos de esquerda e verdes se unem para derrotar direita do presidente Nicolas Sarkozy

16/03/2010 13:51 TU

Brasil/Israel

"Antes de meter a colher, Brasil precisa conhecer a fundo o conflito israelo-palestino", afirma analista

16/03/2010 11:06 TU

Brasil/ Israel

Os presidentes Lula, do Brasil e Shimon Peres, de Israel. Foto: Reuters

Lula defende estado palestino e diz ter o "vírus da paz"

16/03/2010 10:55 TU