Haiti/Terremoto

Obama irrita Sarkozy ao propor parceria com Brasil e Canadá na reconstrução do país

Reportagem publicada em 19/01/2010 Última atualização 19/01/2010  17:55 TU

Os Estados Unidos estão monitorando as operações humanitárias no Haiti e, apesar do presidente Nicolas Sarkozy ter divulgado um comunicado afirmando que "A França está satisfeita com a cooperação americana", o chefe de estado francês teria ficado irritado com a proposta que Barack Obama fez ao presidente Lula: criar uma comissão com representantes dos EUA, do Brasil e do Canadá para coordenar as operações no país de reconstrução e de ajuda aos refugiados.

A proposta foi feita nesta segunda-feira, pelo telefone, algumas horas depois do presidente Sarkozy ter ligado para Lula. No comunicado divulgado pelo palácio do Eliseu, o texto destaca que Obama teria falado na semana passada com o presidente francês sobre a realização de uma conferência na Martinica em prol do Haiti. Uma reunião está prevista para o dia 25, da qual participarão ministros das relações exteriores do mundo todo.

O comunicado ainda ressalta que “Sarkozy e Obama constataram o engajamento dos dois países no Haiti, e estão reunindo esforços para enfrentar a situação de "urgência humanitária.” O secretário de estado francês para questões europeias, Pierre Lellouche, disse nesta terça-feira que a França não se sente excluída do plano do presidente Barack Obama incluindo Brasil e Canadá. Questionado sobre o "esquecimento de Obama" em incluir a Europa, ele respondeu "que a pior coisa era, nesse momento, um ficar contra o outro." Mas deu uma alfinetada, ainda que discreta. Para ele, a ajuda europeia está passando "despercebida no Haiti."

As forças armadas americanas tomaram o controle do aeroporto de Porto Príncipe e estão organizando aterrissagens e decolagens. No sábado, um avião francês foi desviado para São Domingos. O secretário da Cooperação, Alan Joyandet, disse que alguns responsáveis franceses na região ficaram irritados com o acontecimento, mas o Ministério das Relações Exteriores desmentiu a polêmica e qualquer queixa oficial.