Reportagem publicada em 20/01/2010 Última atualização 20/01/2010 18:19 TU
Um novo tremor de terra de intensidade 6,1 na escala Richter atingiu o Haiti, oito dias após o trágico terremoto de 12 de janeiro. Apesar de não haver sinais imediatos de novas vítimas, equipes de resgate se mobilizaram na capital Porto Príncipe na busca de mais sobreviventes.
O epicentro da réplica desta quarta-feira foi localizado pelo Instituto de Geofísica Americano (USGS) a 9,9 km de profundidade, a 60 km de Porto Príncipe. A violenta réplica desta quarta-feira provocou pânico nas ruas da capital, com as pessoas procurando se afastar dos escombros e prédios em ruínas deixados pelo primeiro tremor de terra.
O sub-tenente Salvino, do Batalhão de Infantaria da Força de Paz do Haiti, relatou à RFI que sentiu a réplica, destacando que o movimento foi de menor intensidade do que o terremoto da semana passada. Não foram assinaladas novas vítimas e danos materiais. Milhares de haitianos continuam dormindo nas ruas, já que ainda não foram criados acampamentos suficientes para todos os desabrigados.
Bebê e idosa sovrevivem uma semana sob escombros
A rádio pública francesa France Inter entrevistou na manhã de hoje o tio de uma menina de 23 dias, Elisabeth, resgatada com vida das ruínas de uma casa em Jacmel, uma das cidades mais atingidas pelo terremoto da semana passada.
Equipes de resgate francesas levaram cinco horas para retirar a pequena Elisabeth de uma cavidade sob os escombros de uma residência. A criança não apresentava hematomas e passsa bem. Ela foi transferida para um hospital de campanha montado pelos norte-americanos.
Outra sobrevivente é uma haitiana de cerca de 70 anos que foi resgatada dos escombros da Catedral de Porto Príncipe por bombeiros mexicanos. A senhora foi resgatada duas horas antes de completar uma semana da ocorrência do terremoto. Os bombeiros mexicanos se emocionaram ao retirar a senhora, que foi localizada porque estava cantando sob os escombros da igreja. Ela foi levada para um hospital.
Em entrevista à RFI, o presidente do Haiti, René Préval, agradeceu a ajuda internacional que, segundo ele, chegou rapidamente ao país. Ele estimou, no entanto, que ainda existe um problema de coordenação logística da ajuda humanitária. O importante, quando a ajuda chega, disse ele, é saber a quantidade, como e quando distribui-la. "Acontece de não termos caminhões para transportar os alimentos e remédios que recebemos", acrescentou o presidente haitiniano.
Número de brasileiros mortos sobe para 21
O Exército brasileiro informou nesta quarta-feira que o corpo do major Márcio Guimarães Martins, que era dado como desaparecido desde o dia 12 de janeiro, foi encontrado no Haiti. Já o Itamaraty confirmou a morte de uma terceira vítima civil brasileira, uma mulher que também tinha nacionalidade europeia. A família não quis divulgar o nome da mulher, que vai ser enterrada na Europa. Com isso sobe para 21 o número de brasileiros mortos na catástrofe, sendo 18 militares.
O major Guimarães servia na Brigada de Infantaria Paraquedista e exercia a função de oficial de Estado-Maior do Batalhão de Infantaria de Força de Paz do Haiti, no 12º Contingente Brasileiro da Missão.
Nesta quinta-feira, será realizada no Rio de Janeiro uma cerimônia em homenagem a Luiz Carlos da Costa, que era vice-representante especial do secretário-geral da ONU no Haiti. O corpo do diplomata brasileiro, que sai hoje de Nova York, será velado no Palácio do Itamaraty e o local ficará aberto a familiares, amigos e ao público.
Equipes se preparam para encerrar buscas por sobreviventes
A ONU anunciou nesta quarta-feira que 121 pessoas foram retiradas dos escombros com vida após o terremoto no Haiti. O número oficial de mortos é de 75 mil e de feridos, 250 mil. As equipes de resgate vão encerrar as buscas por sobreviventes para passar à fase de assistência aos desabrigados. A meta das Nações Unidas é atender nas próximas quatro semanas 2 milhões de pessoas consideradas vulneráveis no Haiti.
O embaixador do Haiti nos Estados Unidos, Raymond Joseph, criticou nesta quarta-feira a iniciativa de norte-americanos de jogar alimentos para a população em Porto Príncipe a partir de helicópteros. "Neste tipo de distribuição, apenas os mais fortes são beneficiados e isso acaba criando tumulto", disse o embaixador. Ele sugere que os helicópteros encontrem uma zona segura para pousar, a fim de realizar a distrubuição em contato direto com a população.
(Daniela Leiras, Maria Emília Alencar e Philippe Bolopion)
ÁUDIO
Do Batalhão de Infantaria da Força de Paz da ONU no Haiti
"A maior parte de Porto Príncipe não apresenta problemas de saques e violência."
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