Reportagem publicada em 21/01/2010 Última atualização 21/01/2010 16:08 TU
Pelo menos três prédios desabaram nas cidades de Porto Príncipe e Carrefour, com a forte réplica do tremor de terra ocorrida ontem no Haiti. Nove dias após o terremoto que arrasou várias cidades do país e matou 75 mil pessoas, deixando um milhão de desabrigados em todo o país, 370 mil somente em Porto Príncipe, os haitianos estão traumatizados.
Sem água, comida e infra-estrutura, o pânico dá lugar ao êxodo dos moradores, que tentam sair da capital em direção aos vilarejos do interior menos atingidos pela catástrofe. Mas há cidades como Grand Goave, no litoral, que até ontem não havia recebido sequer uma equipe de bombeiros. Grand Goave, cidade de 10 mil habitantes, teve 90% de suas instalações destruídas.
Praticamente encerrada a fase de buscas por sobreviventes, as equipes internacionais tentam agora restabelecer os serviços essenciais. A coordenação da ajuda humanitária é daqui para a frente o maior desafio.
O comando americano garantiu que o comércio será reaberto em Porto Príncipe nesta sexta-feira. Desde ontem, um navio francês carregado de ajuda humanitária está ancorado à margem da capital aguardando a reabertura do Porto. O acesso ao Porto vai aliviar o tráfico internacional por via aérea e facilitar a distribuição de ajuda.
A falta de comida provoca uma corrida inflacionista e sempre tem gente para explorar a miséria do outro. Ambulantes chegam a cobrar 13 dólares por um ovo mexido nas ruas de Porto Príncipe. Uma noite de hotel está custando 200 dólares.
Para remediar parte da miséria, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, o PNUD, decidiu contratar 400 haitianos, por um salário de 100 dólares por mês, para trabalhar na reconstrução do país.
O Exército norte-americano vai enviar 4 mil homens suplementares ao Haiti, elevando a 15 mil o número de soldados presentes. Os Estados Unidos mantêm 20 navios na região e um porta-aviões nuclear. A ONU informou que as promessas de doações para a reconstrução do país já atingiram mais de 1 bilhão e 200 mil dólares.
Brasil
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, também pediu autorização ao Congresso para dobrar o número de soldados brasileiros na Missão de Paz da ONU, a Minustah. O contingente brasileiro deve passar dos atuais 1.300 soldados para 2.600.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou o envio dos militares ao secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki Moon, durante conversa telefônica. Outros 400 militares podem ainda ser mobilizados, se necessário.
Ontem, em Paris, a organização Médicos Sem Fronteiras protestou contra a gestão norte-americana no aeroporto de Porto Príncipe Segundo a ONG, a chegada das tropas americanas é prioritária, o que prejudica a entrada dos medicamentos de urgência.
Uma crítica reforçada pelos presidentes da Venezuela, Hugo Chavez, da Nicarágua, Daniel Ortega e da Bolívia, Evo Morales. Para eles, os norte-americanos praticam um ato intervencionista. Nesta quinta-feira, dirigentes haitianos interrogados em Porto Príncipe afirmaram que o país não está sob tutela dos Etados Unidos. « Os americanos estão aqui porque pedimos, para nos ajudar na assistência humanitária e medidas de segurança», afirmou à rádio francesa RTL, o primeiro-ministro do Haiti, Jean-Max Bellerive.
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