Reportagem publicada em 26/01/2010 Última atualização 27/01/2010 16:33 TU
O primeiro-ministro do Haiti, Jean-Max Bellerive (à direita), conversa com o chanceler Celso Amorim durante a reunião de urgência sobre o Haiti, em Montreal.
Foto: Reuters
Uma grande conferência internacional de ajuda ao Haiti será realizada na sede da ONU, em Nova York, no mês de março. O governo haitiano deverá comandar o trabalho de reconstrução do país após o terremoto do dia 12 de janeiro. Essas foram algumas das decisões tomadas em uma reunião realizada ontem, em Montreal, no Canadá. O encontro reuniu representantes de vários países amigos do Haiti, como Brasil, Estados Unidos, Espanha, França e também a ONU.
Uma comissão ministerial definiu o que foi chamado de "mapa do caminho" para o Haiti, que teve seu território parcialmente destruído após o violento terremoto do dia 12 de janeiro passado. A principal conclusão do grupo ministerial é que o governo do Haiti é soberano e vai liderar as operações de ajuda, seguindo os interesses do povo haitiano. Os Estados Unidos, com o maior contingente de militares no país caribenho, 20 mil soldados, e o Brasil, que comanda a força de paz da ONU enviada ao país há cinco anos, ficarão subordinados à ONU, que será responsável pela coordenação dos esforços.
Na grande conferência internacional de ajuda ao Haiti, programada para o mês de março, será definido o melhor uso do dinheiro arrecadado em doações que foram feitas num ritmo recorde. Dez dias após lançar uma coleta de urgência para o Haiti, a ONU informou já ter recolhido 47% dos US$ 575 milhões necessários para as ações de urgência.
O balanço final da catástrofe poderá chegar a 150 mil mortos, segundo o ministro haitiano da Saúde, Alex Larsen. Presente no encontro, o primeiro-ministro haitiano, Jean-Max Bellerive, pediu ajuda ao resto do mundo, mas reafirmou a soberania do governo que ele representa. Ele contou com o apoio do ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim. "O Haiti nao é o Iraque depois do bombardeio", disse o chanceler brasileiro. "O país está sofrendo muito, mas tem um governo eleito democraticamente", acrescentou Celso Amorim.
Ontem, o Congresso brasileiro aprovou o envio de 1.300 soldados suplementares para reforçar as tropas da Minustah no Haiti. O novo contingente deverá ser enviado ao país na segunda quinzena de fevereiro, elevando para 2.600 o número de capacetes azuis brasileiros engajados no Haiti.
Moradores de Porto Príncipe migram para o norte do Haiti
Segundo a ONU, mais de 235 mil pessoas já deixaram Porto Príncipe em transportes públicos oferecidos pelo governo. A maioria decidiu se instalar na região norte do país. Entre os serviços que deverão ser retomados o mais rápido possível, para ajudar na recuperação econômica do país, está o dos Correios.
O governo dos Estados Unidos anunciou, ontem, que vai facilitar o processo de adoção de crianças haitianas. Elas poderão desembarcar no país sem ter de apresentar todos os documentos que devem ser emitidos pelas autoridades haitianas, como passaportes. A secretária da Segurança Interior dos Estados Unidos, Janet Napolitano, justificou este gesto diante de uma situação de catástrofe humanitária. Mas a medida só vale para as crianças já identificadas pelo governo e que faziam parte de um processo de adoção.
Um terceiro grupo de cerca de 60 crianças haitianas adotadas por famílias francesas, antes do terremoto, chega hoje a Paris. O grupo será recebido no aeroporto de Orly pela ministra da Família, Nadine Morano, que vai viajar ao Haiti nos próximos dias para avaliar a situação das crianças em processo de adoção por famílias francesas, cujos processos ainda não estão completos.
Nesta terça-feira, a Prefeitura de Paris lança um plantão telefônico especial e gratuito para informar a comunidade haitiana e recolher doações. A central foi batizada de Comitê de Emergência e de Apoio ao Haiti. Segundo o governo francês, pelo menos 45 mil haitianos vivem legalmente no país.
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