Reportagem publicada em 13/01/2010 Última atualização 13/01/2010 18:13 TU
Cenas dramáticas no Haiti, após o forte tremor de terra de magnitude 7 registrado ontem no final da tarde. O terremoto, que matou pelo menos 100 mil pessoas de acordo com o primeiro ministro Jean Max Bellerive, destruiu inúmeros imóveis, entre eles o palácio presidencial e os prédios da embaixada e do exército brasileiros na capital Porto Príncipe. Cerca de 200 funcionários da ONU morreram na tragédia, de acordo com a organização. Toda a parte baixa da cidade parece ter sido destruída. Segundo o chanceler francês Bernard Kouchner, só os bairros situados nas colinas parecem ter escapado do desastre.No norte da capital, numerosos corpos de vítimas podem ser vistos empilhados nas ruas e muita gente aproveita a confusão para saquear supermercados e lojas. O Haiti é um dos países mais pobres do mundo.
O terremoto foi registrado nesta terça-feira às 16h53, horário local, somente 15 quilômetros ao oeste da capital Porto Príncipe e pôde ser sentido até na prisão militar de Guantánamo, em Cuba.
O presidente haitiano René Préval falou com jornalistas na tarde de quarta-feira. Ele escapou sem ferimentos do terremoto, mas afirma temer "milhares de mortos" no país.
A Cruz Vermelha Internacional acredita que o tremor de terra atingiu em torno de três milhões de pessoas.
Brasileiros
O governo brasileiro divulgou nota manifestando preocupação com relação aos brasileiros e haitianos que vivem no país. Segundo a nota, o prédio da Embaixada do Brasil sofreu sérios abalos, mas não houve vítimas entre os funcionários brasileiros. Uma célula de crise foi montada no Itamaraty para recolher informações sobre a situação das tropas brasileiras na Minustah, a missão das Nações Unidas para a estabilização do Haiti, e demais brasileiros a serviço das Nações Unidas.
O exército brasileiro confirmou a morte de pelo menos onze soldados no Haiti. Zélia Arns, da Pastoral da Criança e do Idoso, também morreu no terremoto.
O tremor de terra que atingiu o Haiti ontem no final da tarde foi seguido por pelo menos 25 réplicas muito violentas, com magnitude até 5,9.
Traumatizados, muitos habitantes da cidade passaram a noite ao ar livre. As comunicações no país estão muito perturbadas e é muito difícil encaminhar os feridos para os hospitais que ainda estão funcionando. De acordo com o secretário de Estado francês para a Cooperação, Alain Joyandet, cerca de 200 pessoas que estavam hospedadas no hotel Le Montana, um dos mais luxuosos da capital, continuam desaparecidas.
Ajuda internacional
Na manhã desta quarta-feira, a comunidade internacional já começou a se organizar para enviar ajuda ao Haiti. A França enviou nesta quarta-feira dois aviões transportando equipes de resgate e suprimentos. Um deles partiu de Fort-de-France, na Martinica, e o outro de Paris. E nas próximas 24 horas, mais 130 homens e 6 cães treinados na busca e salvamento de pessoas enterradas sob destroços devem aterrissar em Porto Príncipe, de acordo com a Segurança Civil francesa.
A emoçao é grande na França, onde os parlamentares franceses fizeram esta tarde um minuto de silêncio na Assembleia Legislativa.O presidente Nicolas Sarkozy expressou sua "profunda emoção" diante da tragedia.
Ongs francesas também estão muito mobilizadas, enviando equipes de socorro e lançando apelos para receber doações.
A ong Médicos Sem Fronteiras já está prestando cuidados médicos a cerca de 600 feridos nos três hospitais de campanha improvisados no país. Médicos sem Fronteiras deve despachar também ainda hoje uma unidade hospitalar de urgência com capacidade para cem leitos.
O presidente norte-americano Barack Obama indicou num comunicado que os Estados Unidos estão prontos a ajudar o povo haitiano. Outros países também ofereceram ajuda, entre eles a Venezuela e o Canadá. A ONU está preparando um grande esforço de socorro internacional. Um porta-voz do PAM, o Programa Alimentar Mundial, anunciou nesta quarta-feira que vai enviar ao Haiti dois aviões de ajuda alimentar de urgência.
O presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, disse que sua instituição está disposta a mobilizar uma equipe para ajudar a avaliar os danos materiais e planejar a reconstrução. Zoellick declarou também que o Banco vai dar uma ajuda financeira ao país.
Minustah
Nesta quarta-feira, as tropas brasileiras na Minustah buscam sobreviventes entre os escombros da sede da organização, que desabou após o terremoto. Criada em 2004, a missão é militarmente chefiada pelo Brasil. Dos 7 mil militares que a integram, 1300 são brasileiros. Segundo Alain Le-Roy, subsecretário geral da ONU para operações de paz, ainda não se sabe quantos dos 250 empregados que trabalham no local estavam lá no momento do tremor de terra. Alem de realizar operações de resgate, os militares da ONU estão se organizando para reunir todo o armamento da organização e evitar a pilhagem de armas.
ÁUDIO
"Nós somos fracos, não temos como reagir, não temos como dar comida e água a todas as vítimas".
"As pessoas estão nas ruas e estão com medo de voltar para casa. Muitos cadáveres espalhados pelo chão."
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