Voo 477

Reportagem da revista Le Point denuncia escolha de especialistas que investigam causas do acidente com o voo 447 da Airfrance entre Rio e Paris

Reportagem publicada em 28/01/2010 Última atualização 28/01/2010  16:23 TU

A revista semanal francesa Le Point publicou nesta quinta-feira uma reportagem afirmando que um documento confidencial deve jogar lenha na fogueira na investigação sobre o voo 447 da Air France, que fazia a rota Rio-Paris e caiu no Oceano Atlântico no dia 31 de maio de 2009, com 228 pessoas a bordo.

O documento foi redigido pela associação nacional dos experts, que reúne 34 dos 40 especialistas repertoriados pela justiça francesa para realizar investigações sobre acidentes de avião e de helicóptero.

Segundo a revista, que cita uma fonte do Judiciário, o documento critica a seção de pesquisa da GTA, que é uma espécie de polícia dos transportes aéreos, e o pequeno grupo de  experts que trabalha com ela. Criada em 2004, a GTA investiga quase todos os acidentes aéreos.

Segundo o documento da associaçao dos experts, a GTA se tornou "um Estado dentro do Estado" e chega a influenciar os juízes na escolha dos especialistas. A associação questiona a competência e a independência de pelo menos três dos experts implicados na investigação do voo 447.

Um deles é um antigo funcionário da Direção Geral da Avião Civil francesa, onde fazia a manutenção de aviões com motor a pistão. Outro é um comandante de voo aposentado da Air France. O terceiro trabalha durante meio período na Direção Geral da Aviação Civil, em nome da qual ele concede autorizações de voo à Air France.

Além disso, o documento ressalta que a esposa do chefe da GTA, a polícia do transporte aéreo, é uma funcionária da Air France, o que colocaria em dúvida a imparcialidade da investigação.