Imprensa

Para o Le Figaro, o BEA reuniu um verdadeiro "dream team" para a nova fase de buscas das caixas-pretas do voo AF 447.

Reportagem publicada em 18/02/2010 Última atualização 18/02/2010  13:08 TU

Os melhores experts do mundo para encontrar os destroços do voo AF 447. Esse é o título da reportagem do jornal Le Figaro dedicada ao anúncio da terceira fase de buscas do AirBus A330 que caiu no Oceano Atlântico com 228 pessoas a bordo há 8 meses. Segundo Le Figaro, o BEA, a agência que investiga as causas do acidente, reuniu um verdadeiro "dream team" para uma operação considerada a "última chance" para tentar recuperar as caixas-pretas que continuam desaparecidas.

Especialistas americanos e alemães, mundialmente reconhecidos, e navios com equipamentos capazes de vasculhar uma área de até 5 quilômetros quadrados por dia em grande profundidade participam dessa nova etapa de buscas que começa no início de março. Le Figaro explica que esta fase foi bem mais elaborada que as duas anteriores porque é baseada na análise da posição dos corpos encontrados, dos destroços já recolhidos e até do estudo de correntes marítimas, o que permitiu delimitar melhor a nova área de investigação. Ela será de 2.000 Km² a noroeste do perímetro de 17.500 km² vasculhado na operação em agosto passado. Os especialistas contaram com a ajuda de pescadores da Guiné que lançaram boias ao mar para o estudo da direção tomada pelos objetos.

Em um pequeno artigo de apoio, o jornal lembra três tentativas bem-sucedidas de recuperar caixas-pretas, entre elas, a que envolveu um aparelho da companhia South African Arways que desapareceu ao largo das Ilhas Maurício no dia 27 de novembro de 1994. As caixas-pretas do avião foram resgatadas 14 meses mais tarde a uma profundidade de 4 mil metros. O caso mais impressionante foi o do voo Itavia 870 entre Bolonha e Palermo que caiu no mar Tirreno em junho de 1980. As caixas-pretas do aparelho foram encontradas dez anos depois. Devido a um incêndio, elas ficaram muito danificadas e não contribuíram para as investigações, mas resistiram durante todo o período no fundo do mar.