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Sri Lanka/conflito

Sri Lanka proclama vitória e confirma morte de líder guerrilheiro

Reportagem publicada em 19/05/2009 Última atualização 19/05/2009 14:31 TU

Militares do exército cingalês diante de corpos do grupo rebelde Tigres Tâmeis. Foto: Reuters

Militares do exército cingalês diante de corpos do grupo rebelde Tigres Tâmeis.
Foto: Reuters

O exército do Sri Lanka anunciou nesta terça-feira ter encontrado e identificado o corpo de Velupillaï Prabhakaran, chefe da guerrilha dos Tigres de Libertação da Pátria Tâmil (TLPT). Na parte da manhã, os Tigres Tâmeis haviam negado a morte de seu líder, mas o governo confirmou a informação e apresentou às redes de televisão as imagens de um corpo, que seria o de Velupillaï Prabhakaran.

Dois canais de TV privados mostraram soldados ao redor de um corpo, cuja cabeça estava coberta por um pano azul. As câmeras filmaram um crachá militar e um documento de identidade do grupo guerrilheiro com uma fotografia de Prabhakaran.

Até o momento, não foi possível confirmar a morte do chefe guerrilheiro por fontes independentes.

O presidente do Sri Lanka, Mahinda Rajapaska, proclamou a vitória nesta terça-feira, após 25 anos de guerrilha para reivindicar um Estado independente no norte e no leste do Sri Lanka para a minoria tâmil, que se sente marginalizada pela maioria budista do país.

Disputa

Para o governo do Sri Lanka não restam dúvidas: a rebelião dos Tigres Tâmeis foi vencida militarmente. É considerado o fim da mais temível guerrilha do mundo, que desde os anos 70 luta para a formação de um estado independente no nordeste da ilha. Mas o ponto final do conflito não equivale a paz.

O líder do grupo rebelde,  Velupillaï Prabhakaran, ao lado de sua esposa, em foto não datada, encontrada por soldados na área do conflito.  Foto: Reuters/Ministério da Defesa Sri lanka

O líder do grupo rebelde, Velupillaï Prabhakaran, ao lado de sua esposa, em foto não datada, encontrada por soldados na área do conflito.
Foto: Reuters/Ministério da Defesa Sri lanka

O conflito étnico entre a maioria cingalesa e a minoria Tâmil ganhou forma durante o dominio britânico. A potência colonizadora favoreceu o grupo em termos de educação e emprego. Com a independência, o ressentimento cingalês deu origem a uma política de discriminação. No final dos anos 70, a etnia tâmil revoltou-se contra essas desigualdades e perseguições. Surgiu então a guerrilha e teve início o conflito armado durante o qual mais de 70 mil pessoas morreram.

O presidente Mahinda Rajapakse e seu irmão, ministro da Defesa, foram os arquitetos da derrota militar dos Tigres Tâmil. Promover a partilha do poder é o objetivo declarado para o pós-conflito. Mas muitos Tâmil não acreditam nesta solução política.

Entretanto, 200 mil civis continuam deslocados e centenas morreram na ofensiva final dirigida pelo exército. A comunidade internacional apelou a uma trégua humanitária. O governo comprometeu-se no final do mês passado a não utilizar artilharia pesada, mas não cumpriu a promessa.