Reportagem publicada em 25/05/2009 Última atualização 25/05/2009 11:35 TU
O Festival de Cannes exibe neste sábado os dois últimos filmes em competiçao oficial. Map of Sounds of Tokyo da espanhola de origem catalã Isabel Coixet, e Enter the Void, do diretor franco-argentino Gaspar Noé. Coitex é uma das três cineastas mulheres concorrendo à Palma nesta edição 2009. A história de Map of Sounds of Tokyo mostra o Japão através da visão de um estrangeiro, o espanhol David, proprietário de uma loja de vinho, interpretado pelo ator Sergi Lopez. Deprimido depois do suicídio de sua namorada, David encontra a misteriosa japonesa Ryu, a atriz Rinko Kikuchi. O que ele não sabe é que Ryu foi contratada para matá-lo.
Coitex abusou dos estereótipos. O sushi erótico, o sexo rápido e fácil praticado nos motéis e os fetiches são o pano de fundo de um filme que tenta “mudar a visão que os ocidentais têm do Japão”, de acordo com a cineasta. Map do Sounds of Tokyo foi vaiado na sessão para a imprensa.
Diretor polêmico
Sete anos depois de chocar o público de Cannes com uma brutal cena de estupro no filme Irreversível, Gaspar Noé voltou a provocar polêmica com Enter The Void, onde aborda temas como sexo, drogas, morte e reencarnação. Também ambientado em Tóquio, como o filme da espanhola Isabel Coixet, Enter the Void conta a história de dois irmãos ocidentais, um traficante e uma stripper, que prometem cuidar um do outro para sempre. Oscar, interpretado por Nathaniel Brown, é assassinado pela polícia. Morto, o espírito do personagem passa a vagar pela cidade, em busca de um novo corpo para reencarnar. Intercalado por flashbacks da infância dos personagens, Enter the Void explica como Oscar entrou para o tráfico até seu trágico desfecho. Assim como em Irreversível, as cenas são filmadas a partir da visão do personagem, que percorre uma Toquio futurista, repleta de luzes e fachadas de néon.
O público, que vê o mundo através dos olhos do protagonista, embarca em uma viagem às vezes fascinante, às vezes fantasmagórica e apavorante.Em entrevista coletiva, o cineasta Gaspar Noé explicou que pretendia fazer um filme alucinógeno. Muitas críticas do filme aqui na França afirmam que as 2 horas e meia de Enter The Void provocaram uma "bad trip". Já o diretor do festival, Thierry Frémaud, disse que o novo longa do franco-argentino é o futuro do cinema.
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13/07/2009 15:40 TU
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