Reportagem publicada em 25/05/2009 Última atualização 27/05/2009 16:17 TU
Um dos filmes atuais de maior sucesso na França se chama Coco, avant Chanel, que deve estrear no Brasil com o nome Chanel, estrelado pela atriz Audrey Tatou, a eterna Amélie Poulain. Como o título sugere, o longa conta a história da estilista revolucionária Chanel, antes de se tornar famosa. Gabrielle Bonheur Chanel, que tinha o apelido de Coco, era de origem modesta. Orfã de mãe, ela nasceu em 1883 e foi abandonada pelo seu pai, que foi para os Estados Unidos tentar a vida. Aos doze anos, ela vai parar em um orfanato em Aubazine, região de Corrèze, e aos 18, vai viver com a tia costureira, começando a manejar com rara habilidade a linha e a agulha. Ambiciosa e atraente, ela é ousada. Começa a cantar em um café frequentado por oficiais, onde se prostitui. Aos 24 anos, Gabrielle ganha o apelido de Coco, dado pelos frequentadores do Café, devido ao nome de uma música que ela sempre cantava, chamada "Quem viu Coco no Trocadero?"
Logo Chanel pôde contar com a proteção de homens ricos e poderosos -um oficial e um industrial britânico -, que a ajudaram a financiar sua primeira loja de chapéus. Livre, ela fuma, bebe, gosta de se vestir com um toque masculino. Anda a cavalo e defende a ideia de nunca depender de homem nenhum. Um esboço da mulher moderna e livre. Excêntrica, ela descobre o jersey nas roupas íntimas do seu amante inglês, o tweed de seu protetor parisiense, as camisetas listradas dos pescadores da praia de Touquet, na Normandia, e os pijamas masculinos.
Ela também coleciona gamas de cores, amostras de tecidos e de estampas, que mais tarde alimentarão sua inspiração de estilista. Tudo isso é revelado pelo filme da diretora francesa Anne Fontaine, até o grande final, o primeiro desfile de Mademoiselle Chanel, onde estão presentes todas as matérias-primas e cores que aparecem durante a estória. O atual sucesso do filme é a prova de que o mito está mais vivo do que nunca.
Ícone feminista
Para a escritora e editora de moda Leusa Araújo, “Chanel representa e sempre representará a liberação feminina em todos os sentidos, mesmo no mundo contemporâneo”.
O filme sobre a vida de Chanel antes de ficar famosa, atualmente em cartaz em Paris, mostra muito bem o processo de construção de sua personalidade. Ela foi a primeira a abandonar as roupas acinturadas, liberando o corpo da mulher e sugerindo mais magreza.
O corte de cabelos curtinhos, no estilo garçon, também despertou as mulheres para uma certa androgenia e ousadias.
Quando o filme chegar ao Brasil, vocês terão a oportunidade de conhecer o percurso de uma mulher humilde que se tornou um sÍmbolo mundial de liberdade.
A produção do figurino teve a supervisão da própria Maison Chanel, que abriu seus arquivos para a construção do personagem. Um detalhe curioso: o estilista superstar da grife, Karl Lagerfeld, declarou que não acha graça nenhuma nesses filmes sobre a sua musa, mera ficção, segundo ele.
(Reportagem de Letícia Constant)
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