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Muro de Berlim/Economia

A economia depois da queda

Por Letícia Constant

Reportagem publicada em 30/09/2009 Última atualização 09/11/2009  14:18 TU

Paulo Henrique Boelter: "Com a queda do Muro, a Alemanha se orientou para novos mercados, estagnando sua relação econômica com o Brasil."Foto:LC

Paulo Henrique Boelter: "Com a queda do Muro, a Alemanha se orientou para novos mercados, estagnando sua relação econômica com o Brasil."
Foto:LC

A queda do Muro de Berlim repercutiu diretamente na economia da Alemanha, da Europa e de outros países do mundo. Vamos analisar se as consequências para o Brasil foram favoráveis ou não, assim como os reflexos sobre a própria capital Berlim em relação a outras cidades alemãs mais desenvolvidas.

Brasil

Por muitos anos, a Alemanha foi o principal  investidor estrangeiro no Brasil, um cenário que mudou em 1989.

O consultor econômico Paulo Henrique Boelter, gerente da Boelter&Moraes, sediada em Berlim, explica que a queda do Muro iniciou um processo que culminou em uma estagnação das relações econômicas entre os dois países. "Com a queda do Muro e a abertura do mercado, China e Rússia entraram no foco das atividades alemãs em detrimento de investimentos das empresas alemãs no Brasil", comenta o especialista.

A grande fase dos investimentos foi até meados dos anos 80, estagnando-se em seguida. «Com a queda do Muro, a Alemanha teve que investir em sua estrutura interna, absorver a antiga Alemanha Oriental que se encontrava em um estado de não-competição », argumenta Boelter.

Berlim

Eugênia da Conceição Heldt: "O período da Guerra Fria não se apaga de um dia para o outro."Foto: Leticia Constant

Eugênia da Conceição Heldt: "O período da Guerra Fria não se apaga de um dia para o outro."
Foto: Leticia Constant

Vinte anos depois da queda do Muro, como se caracteriza a economia de Berlim em relação a outras cidades alemãs fortemente desenvolvidas como Munique, Frankfurt, Stuttgart?

A professora de Ciências Políticas Eugênia da Conceição Heldt, da Universidade Humboldt de Berlim, analisa que a capital continua sendo uma exceção dentro do país por não ter grandes empresas estabelecidas em seu território. "Berlim vive sobretudo de seus estudantes, eles são cerca de 200 mil atualmente, o que dá um certo dinamismo à cidade. Mas ainda tem pouco investimento estrangeiro em relação às outras cidades alemãs", informa a cientista política.

ÁUDIO 

Paulo Henrique Boelter, assessor econômico - Eugênia da Conceição Heldt, cientista política

30/09/2009