Por Letícia Constant
Reportagem publicada em 30/09/2009 Última atualização 05/11/2009 14:33 TU
Em 1945, quando a Segunda Guerra Mundial terminou, os aliados que derrotaram o III Reich (Estados Unidos, França, Grã-Bretanha e União Soviética) decidiram dividir a Alemanha em quatro setores, cada um controlado por um país: americanos, franceses e britânicos formaram um Estado único, capitalista, a República Federal da Alemanha (RFA) ou Alemanha Ocidental. Os soviéticos ficaram com o controle da Alemanha Oriental, de regime comunista, que passou a se chamar República Democrática da Alemanha (RDA). Ali nascia a "Cortina de Ferro", como foi batizada pelo então primeiro-ministro britânico Winston Churchill, essa barreira que separava Leste e Oeste.
A cidade de Berlim também foi dividida em quatro setores. Mais uma vez, Estados Unidos, França e Grã-Bretanha ocuparam a parte ocidental e a União Soviética, Berlim Oriental.
No plano internacional, as relações entre Estados Unidos e União Soviética eram marcadas pela tensão crescente; as duas potências, de ideologias opostas, disputavam o controle militar, político e econômico do globo, tentando impôr seus sistemas a outras nações. Foi a chamada Guerra Fria, sem recurso às lutas armadas, que marcou cinco décadas de conflitos entre os dois países.
O Muro
A Guerra Fria atingiu o seu ápice em 13 de agosto de 1961, quando começou a ser construído o Muro de Berlim: 43 km de comprimento, arames farpados, grades metálicas, torres de observação, cães de guarda e homens fortemente armados com ordem para matar.
Famílias e amigos foram separados brutalmente, do dia para a noite. Um drama que durou 28 anos, e foi responsável por um grande número de mortes em tentativas de fuga, feridos e milhares de prisões por "crime de traição" para os que eram flagrados tentando atravessar para o outro lado.
Os berlinenses do leste também eram controlados com mão de ferro pela Stasi, a polícia secreta.
A queda do Muro
Em 1989 começaram a acontecer várias passeatas de protesto na Alemanha Oriental, violentamente reprimidas. Entre outras reivindicações, os alemães queriam ter o direito de viajar. Enquanto isso, um número cada vez maior de pessoas conseguia fugir pela fronteira entre Áustria e Hungria, que tinha sido aberta.
No plano mundial, as articulações políticas e diplomáticas entre os presidentes George Bush, dos Estados Unidos, e François Mitterrand, da França, a primeira-ministra britânica Margareth Thatcher, o chanceler alemão Helmut Köhl e o líder da União Soviética, Mikhaïl Gorbatchov, já esboçavam a desagregação do império soviético.
Depois de 28 anos, o Muro acabou caindo devido a um equívoco surpreendente, vindo do próprio governo comunista: no dia 9 de novembro de 1989, durante uma coletiva de imprensa transmitida ao vivo pela televisão da Alemanha Oriental, Günter Schabowski, um membro do partido, comunicou a decisão do Conselho de Ministros de autorizar, sem restrições, as viagens para o lado Ocidental. Quando um jornalista perguntou quando a medida entraria em vigor, Schabowski, que não tinha a informação, respondeu: "A partir de agora". Milhares de berlinenses orientais e ocidentais se dirigiram para o Muro. Os guardas, surpresos, acabaram desistindo de tentar impedir a multidão incontrolável de romper as barreiras e escalar o Muro rumo à liberdade.
Europa
27/01/2010 16:31 TU
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