Reportagem publicada em 18/10/2008 Última atualização 18/10/2008 16:31 TU
O socioeconomista Ignacy Sachs é professor emérito da Escola da Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris. Brasilianista reputado, Sachs foi um dos primeiros a ter lançado o conceito de ecodesenvolvimento. Suas memórias acabam de virar livro.
A vida de Ignacy Sachs é um espelho do século 20. Ele nasceu em 1927 em Varsóvia, na Polônia. Com a invasão do país pela Alemanha, em 1939, sua família judia fugiu da perseguição nazista e foi parar no Brasil. Ignacy Sachs estudou economia no Rio de Janeiro, cidade onde encontrou sua esposa, Viola, também polonesa. Em 1955, o jovem casal decidiu voltar para a Polônia, então socialista. Especialista em planejamento e economia de países subdesenvolvidos, Ignacy Sachs foi para a Índia trabalhar no serviço econômico da embaixada polonesa até 1960. De volta à Polônia, ele foi acusado de sionista e teve que abandonar seu país natal pela segunda vez. Em 1968, Sachs se estabelece na França, como professor da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais.
Ignacy Sachs é um dos fundadores do Grupo de Pesquisa sobre o Brasil Contemporâneo. Em 1972, ele foi um dos primeiros a começar a trabalhar com o conceito de ecodesenvolvimento, que defende um crescimento econômico com desenvolvimento social e respeito ao meio-ambiente. Ele é autor ou organizador de cerca de 40 livros. Seu trabalho o levou a participar dos grandes encontros internacionais sobre meio-ambiente e desenvolvimento sustentável dos ultimos 40 anos, como a Eco 92 no Rio, e a colaborar com vários organismos internacionais.
Hoje com mais de 80 anos, Ignacy Sachs continua na ativa, sempre atento e participando dos debates sobre economia, ecologia, desenvolvimento e meio-ambiente. Esta semana, ele inaugurou no Instituto de Altos Estudos sobre América Latina de Paris um novo grupo de pesquisa interdisciplinar sobre o Brasil, o Grib. Ignacy Sachs explicou o título de suas memórias, “A Terceira Margem” : trata-se da posição que ele escolheu em sua busca de soluções viáveis para o mundo de hoje.
(Reportagem de Adriana Brandão)
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Brasilianista, socioeconomista e professor emérito da Escola da Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris
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