Reportagem publicada em 10/09/2009 Última atualização 27/10/2009 10:00 TU
O livro Terras indígenas e política indigenista no Brasil, de Emilie Stoll, foi co-editado pela editora l'Harmattan e pela ONG Survival International.
Foto: DR
A defesa da floresta amazônica e dos índios brasileiros continua mobilizando a opinião pública, pesquisadores e defensores do meio-ambiente e dos direitos humanos na França. O livro Terres indiennes et politique indigéniste eu Brésil: des territoires à la carte (Terras indígenas e política indigenista no Brasil), publicado pela editora l'Harmattan, comprova este interesse. De autoria da jovem cientista política francesa e militante da ONG Survival International, Émilie Stoll, o ensaio faz um apanhando da história da política indigenista no Brasil, do final de século 19 aos dias de hoje. O livro é resultado da monografia de final de curso da pesquisadora francesa no Instituto de Estudos Políticos de Estrasburgo e traz um prefácio de Patrick Menget, presidente da Survival International na França.
Émilie Stoll começa o livro lembrando que na virada do século 20, o objetivo das políticas brasileiras era civilizar os índios, considerados primitivos e inferiores. Desde essa época, os índios e principalmente suas terras já eram vistos como um obstáculo ao desenvolvimento econômico do país. Segundo a autora, os anos 80 representam o principal momento de mudança dessa política, com os povos indígenas tomando consciência de seus direitos e se organizando. Esse movimento de transformação culminou com a promulgação da nova Constituição do Brasil.
Em Terras indígenas e política indigenista no Brasil, a autora também aborda o conflito recente sobre a reserva Raposa/Serra do Sol e afirma que apesar dos avanços registrados, a questão fundiária continua no centro das disputas entre governo, latifundiários, mineradoras e povos da floresta. No entanto, ela faz uma conclusão otimista dizendo que, apesar de tudo, os índios brasileiros conseguiram sobreviver ao avanço das fronteiras da civilização e impedem o desmatamento em massa da Amazônia brasileira.
Além do livro, Émilie Stoll organiza, para divulgar a causa indígena brasileira, o mês do Brasil na cidade francesa de Héricourt. O evento acontece de 29 de setembro a 24 de outubro com uma programação variada, composta de exposições, encontros literários, conferências, exibição de filmes e espetáculos de rua. Ele visa revelar aos franceses a Amazônia, os índios e as tradições populares da região.
(Reportagem realizada por Adriana Brandão)
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Autora do livro "Terres Indiennes et politique indigéniste eu Brésil"
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